Os dias seguintes ao lamentável atentado contra o republicano Donald Trump foram cuidadosamente mapeados pelo time que toca a articulação internacional do presidente Lula no Palácio do Planalto. Ainda assim, ninguém da área crava exatamente qual o efeito do já histórico tiroteio na campanha americana.
Para um aliado de Lula, o ataque abre, obviamente, uma grande janela de oportunidade política para Trump, mas não fecha as portas para Biden.
“É preciso observar se Trump vai usar esse episódio para fazer um gesto ao centro, ampliando seu eleitorado”, diz um integrante do staff de Lula. “Mas é cedo para cravar que esse episódio encerra a campanha e sela a vitória do republicano”, completa.
Para os profissionais da diplomacia, porém, o atentado também abre uma fresta para Biden. “Está tudo muito fresco para fazer uma previsão. Há muito tempo até a eleição. Muita coisa vai acontecer”, ressalta o aliado do presidente.
Alguns fatores pesam na análise: Trump não é um estreante em corridas eleitorais. Como ex-presidente, ele tem já legado, ativos e rejeições cristalizados junto a parte do eleitorado. Exatamente por isso, não seria tão simples colar nele a pecha de vítima de um ódio irreal.
Muito da rejeição vem exatamente do apoio à política armamentista e ao discurso que resvala na violência.
A formulação, por parte dos democratas, de um discurso que expusesse o atentado como parte de uma política de ódio à qual os Estados Unidos precisam reagir com moderação poderia, nesse sentido, dar a Biden um caminho retórico.
Lula e seu time acompanharam de perto o noticiário no fim de semana. Assim que a informação sobre o tiroteio chegou, o presidente do Brasil mandou elaborar uma nota. Lula aguardou as primeiras manifestações de democratas e aliados de Biden sobre o episódio e, em seguida, soltou a manifestação condenando o atentado.
Fonte G1 Brasília