O ministro Alexandre de Moraes afirmou nesta terça-feira (13) que o Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar, em cerca de seis meses, ao menos 250 réus por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e destruídas.
Esses são os casos considerados mais graves pelo relator das denúncias. Até agora, o Supremo já transformou em réus 1245 investigados por serem autores, iniciadores ou autores intelectuais dos atos. Ao todo, são 1390 denunciados, sendo que 253 pessoas continuam presas.
?Pelo menos, aproximadamente os 250, que são os crimes mais graves, que estão presos, esses em seis meses, o Supremo vai encerrar?, projetou.
Em evento promovido pela revista Piauí e pelo site Youtube, o ministro afirmou que vem conversando com a Procuradoria-Geral da República para que as denúncias sejam julgadas em blocos, com 30 acusações por sessão.
As ações penais ainda estão em fase de instrução, ou seja, estão sendo preparadas, faltam, por exemplo, entrega de defesas prévias, tomadas de depoimentos de testemunhas e interrogatórios dos réus. Não há prazo para o início do julgamento.
Para Moraes, as condutas dos acusados estão devidamente configuradas nas denúncias. ?Tem que comprovar que estava no local, participou da depredação e houve a depredação. Não precisa dizer riscou o quadro tal e outro quadro. Isso é histórico no direito penal?.
O ministro falou que cerca de 40 financiadores dos atos golpistas já foram identificados e estão presos, mas não deu detalhes. ?Temos de 38 a 42 pessoas presas e as investigações continuam?, disse.
Indicações para o STF
O ministro defendeu o atual modelo de indicação para uma vaga no STF pelo presidente da República.
?Não é fazer favor pessoal, familiar. É que as pessoas pensam semelhantes. Um presidente de direita não vai colocar, em tese, alguém de esquerda e vice-versa, mas pode até colocar se outros valores ele entender que aquela pessoa tem?, disse.
O ministro também classificou de hipocrisia e ?lenda urbana? as críticas por conversas institucionais entre integrantes do STF e políticos. E reforçou que a prática ocorre em todo mundo.
?Tem que ser conversa lícita, republicana. Acho que tem muita hipocrisia porque, se você quiser, você conversa pelo WhatsApp e ninguém fica sabendo?, disse.
Fonte G1 Brasília