O aval do presidente Lula para o Brasil entrar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) ofuscou o papel do país, durante a COP 28, na defesa de medidas para combate às mudanças climáticas. A avaliação é da ala ambientalista do governo, em especial do Ministério do Meio Ambiente, que condena a adesão brasileira à Opep+.
Com isso, a cobrança do Brasil por investimentos em sustentabilidade, presente no discurso de Lula, perdeu peso e dividiu espaço com as negociações da equipe presidencial ? de integrantes do Ministério de Minas e Energia e da Petrobras ? com países exportadores de petróleo.
Apesar de não criticarem publicamente a decisão de aceitar o convite para participar da Opep+, as equipes dos ministérios do Meio Ambiente e da Fazenda avaliam que o convite poderia ter sido feito em outro momento e o Brasil decidido aderir à OPEP+ no próximo ano.
Durante a COP 28, assessores das duas áreas argumentam que o convite acabou colocando em destaque o Brasil se aproximando de países produtores de petróleo e ofuscando o papel de Lula na defesa de medidas para conter as mudanças climáticas.
O convite ao Brasil foi anunciado em reunião da Opep, da qual participou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, quando o grupo convidou oficialmente o governo brasileiro. O ministro admitiu que o Brasil poderia ingressar na Opep+, mas não do grupo da organização que toma decisões para influenciar o preço do petróleo no mercado global.
Depois do convite, o anúncio do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de que a empresa que comanda estuda abrir uma subsidiária na Arábia Saudita, também gerou polêmica.
O próprio presidente Lula disse desconhecer essa proposta da estatal e afirmou que seu presidente, Jean Paul Prates, tem uma cabeça fértil.
Fonte G1 Brasília