O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (3) em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, que o Banco Central brasileiro pode estar “subdimensionando” a crise no mercado de capitais.
“Com os eventos do Credit Suisse, acendeu sinal amarelo no mundo, ao contrário do Brasil”, afirmou o ministro em referência à crise da instituição, que precisou de um socorro de 50 bilhões de francos suíços pelo Banco Nacional Suíço para não quebrar.
Antes, houve a falência do Silicon Valley Bank, nos Estados Unidos, um dos principais bancos de financiamento de startups.
“A minha impressão é o que está acontecendo no mercado de crédito, sobretudo de capitais, não está chegando ao BC [brasileiro], acho que não está calibrada a informação sobre o que está acontecendo no mercado de capitais”, afirmou Haddad.
Ele lembrou que, no Brasil, a Americanas pediu recuperação judicial, levando a uma crise no mercado de crédito nacional, já que muitos bancos são credores da empresa. “Está tendo retração forte, depois do episódio das Americanas, ficou mais forte”, avaliou Haddad.
Taxa de juros
Na entrevista, o ministro voltou a criticar o patamar de juros no Brasil. Atualmente, a Selic, a taxa básica de juros da economia, está em 13,75% ao ano. É o maior patamar desde 2016, e tem sido alvo de críticas pelo governo, que cita menos investimentos devido ao índice.
Cabe ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central definir a Selic. O Copom é formado pelo presidente e pelos diretores do Banco Central.
“É óbvio que tem espaço, na minha opinião, tem espaço para corte [da Selic]. Quando vai ser esse corte? Vai ser no terceiro, quarto Copom? Não sei, não estou lá dentro, mas eu acho que tem espaço para corte suficiente para garantir que economia brasileira se reestabilize”, defendeu Haddad.
Fonte G1 Brasília