O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) publicou nota em que confirma a eleição para a presidência da instituição no próximo dia 20.
Na sexta–feira (11), Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda e integrante da transição do governo Lula, afirmou que havia pedido o adiamento da eleição.
Mantega argumentou que é de interesse do governo eleito retirar a candidatura de Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central, que foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro como representante do Brasil na eleição no BID.
Mantega disse que Goldfajn não é um “mau candidato”, mas ressaltou que a indicação não foi negociada com demais países que fazem parte do BID, o que reduz as chances de o indicado brasileiro ganhar. O ex-ministro ressaltou que o governo eleito gostaria de um candidato competitivo.
Pouco depois da manifestação de Mantega, o BID se posicionou para ratificar a data da eleição.
“O Banco Interamericano de Desenvolvimento agradece seu interesse na eleição para a nossa Presidência e informa que o regulamento não prevê adiamento do processo. Além disso, reiteramos que qualquer questão relativa à eleição deverá ser abordada pela Assembleia de Governadores do Banco”, afirmou a instituição.
O presidente é eleito por um período de cinco anos, podendo ser reeleito apenas uma vez. O BID é uma das principais fontes de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional de países da América Latina e do Caribe.
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Argumentos de Mantega
Em entrevista à GloboNews, o ex-ministro afirmou que o novo presidente do BID precisa ser representativo dos países latino-americanos o que, segundo ele, não tem ocorrido nas recentes gestões do banco.
“Recebi alguns telefonemas de antigos colegas, ministros, pessoas da área econômica da América Latina se queixando que não estavam satisfeitos com o encaminhamento dessa eleição para a presidência”, disse Mantega.
“Nós sabemos que o BID vem de uma crise forte justamente porque o seu presidente foi nomeado pelo [ex] presidente [Donald] Trump e não tinha a representatividade adequada entre os países membros do BID, que são da América Latina e da América Central”, completou.
Fonte G1 Brasília