Articuladores bolsonaristas junto à Casa Branca avaliam nos bastidores que são ”favas contadas” o resultado do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista na 1ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Este grupo foca, então, nos cenários pós-julgamento.
Aliados do ex-presidente brasieliro esperam que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dobre a aposta com a aplicação da Lei Magnitsky em ministros do Supremo que votarem pela condenação de Bolsonaro. Eles temem, no entanto, que ocorram novas tarifas e até algum tipo de embargo ao Brasil.
Interlocutores do ex-presidente Bolsonaro consideram ser improvável um desfecho que não seja a condenação de pela 1ª turma da Corte no julgamento que começa nesta terça-feira (2).
Embora alguns aliados nutram a expectativa de que o ministro Luiz Fux peça vista, a avaliação predominante nos bastidores é de que o desfecho está traçado ? pela condenação ? e que ele, no máximo, pode ser adiado.
”São favas contadas”, avalia ao blog um dos principais interlocutores do bolsonarismo ? e que tem acesso à Casa Branca.
Diante do cenário, o núcleo central bolsonarista mira o pós-julgamento, nutrindo a expectativa de que Trump endureça com ministros da Corte que condenarem Bolsonaro. Ou seja, estendendo a aplicação da Lei Magnitsky aos demais ministros da primeira turma, além de Alexandre de Moraes.
Mas quem está envolvido com a documentação que leva a esse tipo de sanção garante ao blog que essa punição não será do dia para noite, pois leva tempo do ponto de vista burocrático. No entanto, veem a Magnitsky estendida como ”caminho natural” e menos desgastes para as ambições políticas do grupo ? incluindo uma janela aberta com outros ministros que não compõe a primeira turma.
Temor por embargo ao Brasil
A extensão das sanções pelos Estados Unidos aos ministros ? e a pressão pela anistia no Congresso, que ganhou reforço contundente do governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), no fim de semana ? são os caminhos desejados pelo bolsonarismo.
O grupo teme que ocorram desgastes políticos e eleitorais caso Trump decida investir com mais tarifas ao Brasil e até mesmo um embargo comercial.
Ou seja, segundo bolsonaristas, Trump poderia impor um conjunto de sanções econômicas e financeiras ao Brasil, como proibir empresas de fazer comércio com o país, incluindo sanções a empresas de outros países que o fizerem. Aliados de Bolsonaro garantem que nada está descartado ? e que é Trump quem decide.
Durante a semana, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo devem se reunir com integrantes do governo Trump. Segundo bolsonaristas, eles foram chamados até Washington para falarem dos efeitos do julgamento no STF.
Fonte G1 Brasília