Jair Bolsonaro (PL) deixou de lado o roteiro pensado previamente para o pronunciamento feito depois de a 1ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) torná-lo réu no processo sobre tentativa de golpe de estado. O ex-presidente resolveu reeditar os cercadinhos da época em que estava no Palácio do Planalto.
Foi um pronunciamento dividido em dois atos: primeiro, claramente um script a ser seguido, com papéis e leitura de trecho de discursos de Bolsonaro em lives passadas. Era uma declaração direcionada, pensada e discutida com seus aliados e advogados.
Depois, o ex-presidente abandona os papeis e passa a improvisar, adotando o mesmo tipo de discurso que fazia a apoiadores na época em que era presidente. Foi quando começou o segundo ato, com os papéis escanteados.
Bolsonaro reembalou os ataques que fazia às instituições, às urnas eletrônica, ao Supremo, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao presidente Lula, à imprensa… Teve de tudo um pouco.
Em determinado momento, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tentou entregar um papel para seu pai, como forma de fazer com que ele voltasse ao roteiro ou parasse o pronunciamento. Sem sucesso.
O advogado criminalista Paulo Cunha Bueno, que defende Bolsonaro, pediu para Flávio encerrar a fala, também sem conseguir parar Bolsonaro — que tentou abrir para perguntas à imprensa, mas foi impedido por Flávio.
“Os advogados estão orientando aqui a não dar mais declaração”, justificou o senador do Rio, enquanto uma jornalista questionava de Bolsonaro temia ser preso depois de virar réu.
Bolsonaro, no improviso, é Bolsonaro sendo Bolsonaro e não se sabe o que pode vir do ex-presidente.
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Fonte G1 Brasília