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Depois de ficar estável na mais recente pesquisa Datafolha, sem perder votos mesmo depois de várias agendas negativas nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro aposta no pacote de bondades que vai tentar aprovar na próxima semana para voltar a crescer nas pesquisas.
A pesquisa divulgada na quinta (23), que mostra Lula com 47% e Bolsonaro com 28%, foi avaliada pela equipe presidencial como boa e ruim ao mesmo tempo.
De um lado Bolsonaro, não caiu nas intenções de votos, mesmo depois da repercussão negativa para o presidente do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, aumento do diesel e da gasolina e prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, o que fez o governo respirar aliviado.
O comitê de reeleição temia uma queda na pesquisa. Segundo um integrante do comitê, o pior foi evitado, sinalizando que os bolsonaristas não abandonam o presidente.
De outro lado, o Datafolha mostrou que Bolsonaro está preso dentro de sua bolha de apoiadores fieis e não está conseguindo subir nas intenções de voto, com forte rejeição nos segmentos com maior peso do eleitorado: mulheres, população de baixa renda e mais jovens.
A avaliação do comitê da reeleição é que o presidente precisa voltar a subir nas pesquisas para ter chances de ganhar a eleição. Na avaliação de um integrante do comitê, o presidente precisa reconquistar votos do eleitorado de centro, que perdeu durante seu governo.
Por isso, depois de muita pressão de aliados por medidas positivas para ajudar na reeleição de Bolsonaro, a equipe econômica fechou um acordo com a ala política do governo. Topou subir o valor do Auxílio Brasil para R$ 600 (gasto extra de R$ 20 bilhões) até o final do ano; pagar o auxílio gás mensalmente (gasto extra de R$ 2 bilhões); e criar um “voucher” para caminhoneiro de R$ 1.000 (R$ 5 bilhões).
Valor total de R$ 27 bilhões, que ficaria fora do teto dos gastos públicos.
Em troca, o governo desiste da proposta de subsidiar a zeragem de ICMS que incide sobre diesel e gás de cozinha, cobrado pelos estados, e que custaria R$ 29 bilhões.
Com isso, a equipe econômica avalia que o dinheiro chega mais rapidamente até a população e ajuda de forma imediata na campanha da reeleição de Bolsonaro, ao contrário do subsídio para diesel e gasolina, que não tinha garantia de chegar totalmente aos consumidores.
Para driblar as restrições da legislação eleitoral, o governo vai alegar um estado de emergência, previsto na lei, para bancar os programas sociais, por causa dos efeitos da guerra da Rússia contra Ucrânia na inflação global e brasileira, prejudicando os mais pobres e os caminhoneiros.
No caso do Auxílio Brasil, seria um valor extra de R$ 200 até o final do ano. Além disso, os aliados de Bolsonaro não acreditam que a oposição venha a contestar as medidas do pacote de bondades porque elas beneficiam o eleitorado de baixa renda e caminhoneiros.
O governo espera aprovar na próxima semana a Proposta de Emenda Constitucional que vai criar as condições para que as medidas da agenda positiva sejam implementadas e comecem a vigorar já a partir de julho.
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Fonte G1 Brasília