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Bolsonaro diz que jornalista inglês desaparecido era ‘malvisto’ e deveria ter ‘redobrado atenção’

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O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (15) que o jornalista inglês Dom Phillips era ?malvisto? na região amazônica devido à cobertura que ele fazia de questões ambientais e a denúncias de irregularidades envolvendo garimpo ilegal e, por isso, deveria ter ?redobrado a atenção? ao entrar naquela área.

Dom e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira desapareceram no dia 5 de junho quando navegavam pela região da Terra Indígena Vale Javari, no oeste do Amazonas.

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O governo brasileiro tem sido criticado pela resposta dada ao desaparecimento de Dom e Bruno, inclusive por organismos internacionais, que pediram um maior envolvimento do governo e rapidez nas buscas.

Mais cedo nesta quarta, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, se disse “profundamente preocupado” com o que pode ter acontecido com o jornalista.


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Durante entrevista a um canal do YouTube nesta quarta, Bolsonaro apontou que foi acionado na Justiça devido ao desaparecimento de Dom e Bruno, mas que “desde o primeiro dia” o governo faz esforços para encontrá-los, sem sucesso.

O presidente disse ainda que, apesar dos indícios de que houve crime contra os dois, espera que eles sejam encontrados com vida e que “pede a Deus que nada tenha acontecido”.

Em seguida, Bolsonaro afirmou que “muita gente não gostava” de Dom Phillips na região amazônica e que, por isso, ele deveria ter “redobrado a atenção para consigo próprio”.

“Esse inglês era malvisto na região porque ele fazia muita matéria contra garimpeiro, questão ambiental. Aquela região lá, região bastante isolada, muita gente não gostava dele. Tinha que ter mais do que redobrado a atenção para consigo próprio. E resolveu fazer uma excursão”, afirmou o presidente.

“A gente não sabe se quando, saiu do porto, só dois, alguém viu e foi atrás dele. Lá tem pirata no rio, tem tudo o que se possa imaginar lá. É muito temerário você andar naquela região sem estar devidamente preparado fisicamente e também com armamento, devidamente autorizado pela Funai. Pelo que parece, não estavam”, completou Bolsonaro.

A informação de que Dom e Bruno não tinham autorização para entrar em terras indígenas foi divulgada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) na semana passada. A informação, porém, foi contestada pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).

Na terça (14), a Justiça Federal determinou que a Fundação Nacional do Índio (Funai) retire do ar uma nota em que diz que são inverídicas as afirmações de que o indigenista Bruno Pereira tinha autorização para entrar na Terra Indígena Vale do Javari, na Amazônia.

Investigação

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips desapareceram no domingo (5), quando faziam o trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. Os dois iriam visitar uma equipe de Vigilância Indígena, próximo ao Lago do Jaburu.

Na segunda-feira (6), uma força-tarefa composta pelas Forças Armadas, Força Nacional, Polícia Federal e órgãos de segurança locais começaram a realizar buscas e investigam o caso.

A equipe conta com, aproximadamente, 250 homens, com militares especialistas em operações em ambiente de selva que conhecem o terreno onde acontecem as buscas. Duas aeronaves, três drones e 20 viaturas foram deslocadas ao município para prestar apoio às investigações.

Na terça-feira, a PF prendeu o segundo suspeito de envolvimento no caso. Oseney da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido como “Dos Santos”, foi preso temporariamente. Ele é irmão de Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, que já estava preso no município de Atalaia do Norte.

Oseney vai ser interrogado e encaminhado para uma audiência de custódia na Justiça de Atalaia do Norte, segundo a PF. Até agora, nove pessoas foram ouvidas pela polícia.

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Fonte G1 Brasília

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