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Bomba em Mato Grosso: Indícios de Esquadrão da Morte, Policiais Militares Envolvidos e a Omissão das Autoridades

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O jornalista Antero Paes de Barros fez um duro e indignado comentário sobre o caso que envolve policiais militares no assassinato do advogado Renato Nery, ex-presidente da OAB. Ele denuncia a total omissão das autoridades diante das graves acusações feitas pelo promotor de Justiça Vinícius Gaiva, que há meses clama por investigações e providências.

A Polícia Civil identificou que cinco policiais militares participaram da execução de Renato Nery, e um deles, Eron Teixeira Pena Vieira, já havia sido denunciado repetidamente na Operação Simulacrum, que investigava o envolvimento de 70 PMs em atividades criminosas. No entanto, apesar das denúncias, o processo segue no Tribunal de Justiça que aceitou a denúncia.

Paes de Barros alerta que esses policiais não atuam sozinhos: há indícios de que um Esquadrão da Morte esteja operando no estado, promovendo assassinatos de pessoas da periferia e, agora, até de um advogado respeitado. Para o jornalista, a situação revela um colapso da segurança pública e a cumplicidade velada do governo estadual.

Policiais Militares no Gabinete do Governador e Envolvimento com o Crime

Uma das revelações mais chocantes da denúncia do jornalista é que um dos policiais envolvidos no crime fazia parte da segurança pessoal do governador Mauro Mendes. Isso levanta questões sobre o risco que até o próprio chefe do Executivo pode estar correndo. “Se esse policial foi contratado para matar Renato Nery, o que impediria que ele aceitasse matar o próprio governador ou alguém da família dele?”, questiona Antero.

A denúncia se agrava quando se percebe que mesmo com esses indícios alarmantes, o Secretário de Segurança Pública continua no cargo, e não há movimentações no governo para uma reformulação urgente da pasta.

CPI da Segurança: Um Grito Contra a Impunidade

Diante da inércia da Assembleia Legislativa, cresce a pressão para que o governo estadual instale uma CPI para investigar o Esquadrão da Morte e o envolvimento de policiais militares em crimes. Segundo o jornalista, a resistência de alguns parlamentares em apoiar essa investigação sugere um medo generalizado ou interesses ocultos.

Ele cita nominalmente deputados que poderiam estar se opondo à investigação e cobra providências imediatas do governador Mauro Mendes. “Onde está a tolerância zero? É hora de provar que esse discurso não é apenas um slogan político”, dispara.

A Falência da Segurança Pública em Mato Grosso

Para Paes de Barros, o caso é um fracasso retumbante da segurança pública do governo Mauro Mendes. Com três dos cinco policiais envolvidos no assassinato de Renato Nery já investigados na Operação Simulacrum, fica evidente que a impunidade está enraizada na estrutura do Estado.

A Polícia Civil, por outro lado, é elogiada pelo jornalista, pois, apesar das dificuldades e da pressão, conseguiu desvendar o crime e apontar os culpados. No entanto, sem o respaldo da Justiça e do governo, a punição desses criminosos ainda é incerta.

O Clamor por Justiça e o Medo que Não Pode Prevalecer

Finalizando seu comentário, Antero Paes de Barros relembra uma frase dita por Dom Pedro Casaldáliga: “Os cristãos não têm o direito de ter medo.” E é esse medo que ele acredita estar paralisando as autoridades de Mato Grosso diante do resurgimento do Esquadrão da Morte e da presença de policiais criminosos infiltrados no governo estadual.

O caso Renato Nery não pode ser apenas mais um número nas estatísticas. Ele representa um divisor de águas para a segurança pública do estado e a credibilidade das instituições. Se nada for feito, a pergunta que fica no ar é: quem será a próxima vítima?

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