Líder da competição, a equipe de Artur Jorge recebeu o Corinthians, no Nilton Santos, e venceu por 2 a 1 no último sábado. Antes do duelo, o time carioca tinha 42,37% de chances de ser campeão e, após o triunfo, passou a ter 52,43% de possibilidades, representando um aumento de 9,76%
O Palmeiras abriu a rodada na terceira colocação, mas, com a goleada por 5 a 0 sobre o Criciúma, assumiu a vice-liderança. O triunfo no Allianz Parque fez as possibilidades de título do Alviverde subirem de 21,91% para 27,25%, com uma melhora de 5,34%.
O Verdão chegou ao segundo lugar após o empate de 1 a 1 do Fortaleza diante do Athletico-PR na Ligga Arena. O resultado abaixou as chances da equipe de Vojvoda ficar com o título. Antes, o Leão tinha 19,52%, mas, com o empate, encerrou a rodada com 9,76%, uma queda de exatamente 9,76%
Veja a tabela e todos os números dos times que ainda têm chances abaixo.
As chances são determinadas por modelos estatísticos aplicados pelo economista Bruno Imaizumi sobre microdados coletados pela equipe do Espião Estatístico desde 2013. Foram analisadas as características de 108.590 finalizações e resultados de 4.408 jogos de Campeonatos Brasileiros que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes no ataque e na defesa a partir da métrica de expectativa de gol (xG), consolidada internacionalmente.
Por exemplo, se uma equipe com desempenhos ofensivos e defensivos apenas medianos será visitante no segundo turno contra adversários que estejam com as melhores performances mandantes, as chances desse visitante vencer são menores do que de um time eficiente e de alta produtividade ofensiva que tem agendados confrontos contra adversários que, neste momento, estejam com os piores desempenhos caseiros.
Porém, conforme novos jogos são disputados, os potenciais futuros mudam, rodada a rodada. Essas são algumas possibilidades que explicam o fato de as chances não acompanharem exatamente as posições atuais da tabela de classificação: os potenciais futuros são diferentes dos resultados já conhecidos, entre outros motivos, devido à inversão de mandos no returno.
Os dados ajudam a calcular o potencial que cada equipe tem para vencer os jogos restantes, considerando mando de campo e outras características ao fazer 10 mil simulações para cada partida a ser disputada, o que resulta nos percentuais do quadro abaixo.
Chances de permanecer na Série A 2025
Na parte de baixo da tabela, o cenário também segue disputado. No Nilton Santos, o Corinthians perdeu para o Botafogo por 2 a 1 e passou a ter 52,44% de chances de ficar na Série A na próxima temporada. Anteriormente, o Timão tinha 58,01%, com uma variação negativa de 5,57%.
Outro destaque na luta pela permanência foi o triunfo do Vitória sobre o Atlético-GO por 2 a 0 no Antônio Accioly. O resultado aumentou as chances do Leão de ficar na elite do futebol brasileiro para 44,11%. O time baiano tinha anteriormente 26,59%, um aumento de 17,52%. Já o Dragão vive um momento delicado na lanterna. O clube goiano tem 3,48% de possibilidade de ficar na Série A.
No jogo que fechou a rodada, o Cuiabá visitou o Internacional e perdeu por 3 a 0 no Beira-Rio. O Dourado, que tinha 41,50% de chances de se salvar, ficou com 29,9% de possibilidade de estar na Série A em 2025, diminuindo as suas chances em 11,6%
Veja o ranking completo abaixo.
Libertadores
Enquanto Copa do Brasil, Sul-Americana e Libertadores não estiverem decididas, os quatro primeiros colocados no Brasileirão se classificam para a fase de grupos da Libertadores do ano que vem, enquanto o quinto e o sexto colocados disputam uma fase preliminar.
Caso os campeões das três competições estejam entre os primeiros colocados do Brasileirão, novas vagas classificatórias para a Libertadores serão abertas no nacional. Por enquanto, apresentamos as chances de as equipes terminarem o Brasileirão até a quarta e até a sexta colocações.
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.408 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.
As variáveis consideradas no modelo são: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi feita cara a cara com o goleiro; (3) se foi feita sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para concluir; (5) se a finalização foi feita de primeira, ajeitada ou carregada; se o chute foi feito com a perna boa ou ruim do jogador; (6) a origem do lance (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, roubada de bola, lateral etc); (7) se a assistência foi feita de dentro da área; (8) a posição em que o atleta joga; (9) indicadores de força do chute; (10) o valor de mercado das equipes em cada temporada a partir de dados do site Transfermarkt (como proxy de qualidade do elenco); (11) o tempo de jogo; (12) a idade do jogador; (13) a altura do goleiro em jogadas originadas de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. Essa variação indica as chances de os times vencerem cada adversário e, a partir daí, é calculada a chance de os clubes terminarem o campeonato em cada posição.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.
Fonte GE Esportes