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Brasileiro que nasceu no ano do último título argentino não esconde paixão pela seleção rival e aposta no tri da Argentina no Catar

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Já ouviu aquele papo de que a maioria dos fãs de futebol acaba torcendo para os times que foram campeões nos anos em que eles nasceram? No caso do auxiliar de educação Alex Zem Fonseca, vulgo Argentino (calma, logo você vai entender), a “regra” não só se aplica, como vai além.

Por ter nascido no último ano em que a Argentina foi campeã do mundo, em 1986, o jovem de Sorocaba (SP), hoje com 36 anos, destinou todo o amor que deveria sentir pela seleção brasileira justamente à sua rival mais memorável: a seleção argentina.

Em quem, inclusive, ele deposita toda a esperança em bolões e sites de apostas ao ser questionado sobre quem vencerá a Copa do Mundo no Catar no próximo domingo (18). O caminho rumo ao tricampeonato começa a ser trilhado nesta terça-feira (13), às 16h, quando os argentinos enfrentam a Croácia, algoz do Brasil, pela semifinal da competição.

Para o torcedor, a final ideal no Catar seria entre Argentina e Marrocos, que enfrenta a França também nesta terça-feira, às 16h, na outra semifinal da competição. Mas, apesar de os marroquinos terem deixado seleções importantes para trás, como Espanha e Alemanha, Alex acredita que não haverá “zebra” desta vez e que a decisão ficará mesmo entre Argentina e França.

“O placar do jogo final será dois a zero para a Argentina, com dois gols do Messi, que, além de campeão, será o melhor da Copa e o artilheiro, fechando seu ciclo em Copas do Mundo com chave de ouro”, palpita.

Embora o sonho de Alex (e do restante mundo) de ver uma partida entre Brasil x Argentina na semifinal da Copa não tenha sido realizado, sua verdadeira “seleção do coração” segue mais viva do que nunca no mundial. “Seria um clássico histórico, um jogão… Pena que não rolou, mas lógico que eu torceria para a Argentina”, decreta.

“Por causa da minha esposa, que fica brava quando torço contra, posso até dizer que o coração fica um pouquinho dividido quando jogam Brasil x Argentina. Mas, se não fosse por ela, eu nunca diria isso. Não tem como: a torcida sempre vai pender para o lado da seleção argentina.”

A esposa de Alex, inclusive, está grávida da primeira filha do casal, Yarin, que deve chegar ao mundo no primeiro semestre do ano que vem, após a possível vitória da Argentina na Copa ? o que, na visão do auxiliar de educação, também pode ter um significado a mais.

“Nossa filha nasce em abril do ano que vem e, como eu nasci no último ano em que a Argentina foi campeã, nada mais justo que a minha filha também nasça com a Argentina atual campeã”, brinca.

‘Brasileiro com coração argentino’

Mas de onde surgiu essa paixão pelo futebol dos “hermanos”? Nem o próprio Alex sabe explicar. O fato é que, mesmo sem nunca ter estado no país vizinho (um desejo que ainda pretende realizar), ele sempre sentiu que possuía uma relação diferente com a La Albiceleste.

Tanto é que, durante a Copa do Mundo no Brasil, realizada em 2014, ele optou por comprar ingressos para assistir à partida entre Argentina e Suíça, pelas oitavas de final, na Neo Química Arena, em São Paulo. Na época, os “hermanos” venceram os suíços pelo placar de 1 a 0, com gol de Ángel Di María.

“É uma coisa surreal. Posso dizer que sou um brasileiro com coração argentino pelo futebol, pois torço para a Argentina desde que nasci. Meus pais sempre me contam a história de que, na Copa de 1990, quando a Argentina perdeu para a Alemanha na final, eu chorava de soluçar”, relata.

Parte do encantamento do sorocabano com a seleção argentina se deve ao fato de ter acompanhado as carreiras de importantes jogadores do país, como Claudio Caniggia, Gabriel Batistuta, Diego Maradona e o já citado Lionel Messi. “Gosto muito dele [Messi] por tudo que já fez no futebol, e hoje ele é o coração da Argentina”, comenta.

Embora a discussão sobre quem foi o maior gênio da história do futebol mundial entre Pelé e Maradona continue alimentando a rivalidade entre brasileiros e argentinos, Alex prefere não “tomar partido”.

“Não cheguei a ver Pelé, mas vi Diego Maradona no fim da carreira e ele era incrível. Acho que os dois foram excelentes e sempre serão lembrados na história do futebol, assim como Messi, Cristiano Ronaldo, Neymar, Ronaldo, entre outros. O futebol só ganha com craques, e hoje está faltando isso.”

Além da seleção argentina, o auxiliar de educação ainda encontra tempo para acompanhar, mesmo que não mais com tanto afinco, ao campeonato argentino pela internet. Quando o São Paulo, time para o qual ele torce no Brasil, se classifica para disputar a Libertadores ou a Sul-Americana, ele também aproveita para ficar de olho nos clubes dos “hermanos”.

“Gosto bastante dos times argentinos, principalmente quando jogam Libertadores. Um time do qual gosto bastante é o River Plate, sempre que possível acompanho os jogos deles”, completa.

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Fonte G1 Brasília

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