Brasileiros que estavam na Cisjordânia ? território palestino na margem do conflito entre Israel e Hamas ? desembarcaram em Brasília na manhã desta quinta-feira (2). O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou na capital às 8h35.
Ao todo, foram resgatados 32 brasileiros da zona de conflito no Oriente Médio ? seis deles desembarcaram em Recife (PE) nas primeiras horas da manhã. Dos 32 passageiros, 11 eram crianças.
O voo partiu de Amã, capital da Jordância, às 16h50 desta quarta no horário local (10h50, no horário de Brasília). Segundo o Palácio do Planalto, a aeronave utilizada foi a mesma que enviou ajuda humanitária à região dias antes.
Segundo a Força Aérea Brasileira, dos 32 passageiros, 30 são brasileiros ? há também uma jordaniana e um palestino casados com brasileiros.
Dos 26 que chegaram a Brasília, apenas um ficará na capital e outros dois seguirão por terra para Goiânia. Os outros 23, segundo o governo, embarcarão para outras cidades em voos gratuitos cedidos pela companhia aérea Azul.
A Cisjordânia, apesar de ser um território de maioria palestina, não está envolvida na guerra entre Israel e Hamas. No entanto, o território conta com assentamentos israelenses, que são causa de conflitos frequentes há dezenas de anos.
Operação
Segundo o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, os passageiros estavam originalmente em várias cidades da Cisjordânia e se reuniram em Jericó. Três veículos, entre ônibus e vans alugados pela representação do Brasil, levaram o grupo.
“Os veículos foram identificados com a bandeira do Brasil. Para fins de segurança, as placas, trajetos e listas de passageiros foram informados às autoridades da Palestina e de Israel”, explicou o embaixador. O governo explica que a medida é essencial para evitar bombardeios no trajeto.
De lá, o grupo partiu para a fronteira com a Jordânia, até chegar a Amã, onde a aeronave da FAB aguardava para o voo.
Faixa de Gaza
Estrangeiros começaram a deixar a Faixa de Gaza nesta quarta-feira (1º) pela primeira vez, desde o início do conflito. Eles foram autorizados a sair do território após um acordo mediado pelo Catar com Israel, Egito e o Hamas.
As saídas acontecem pela passagem de Rafah, na fronteira egípcia, única por terra em Gaza que não leva a Israel e que ficou fechada durante todo o conflito. De acordo com Candeas, nenhum brasileiro foi colocado nesta primeira lista, que conta com quase 500 nomes.
A ausência de brasileiros no grupo desesperou as famílias que aguardam a retirada (veja abaixo).
À GloboNews, Candeas se disse frustrado porque os brasileiros em Gaza ainda não conseguiram cruzar a fronteira com o Egito. Segundo ele, os diplomatas brasileiros vão seguir trabalhando para tentar convencer as autoridades egípcias a liberar a saída do grupo, formado por 34 pessoas (que estão em Khan Younis e Rafah).
?Todos os dias é uma frustração, mas somos teimosos e perseverantes até o fim?, afirmou.
Na primeira relação, foram autorizados a deixar a Faixa de Gaza cidadãos da Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão e República Tcheca. Além disso, a lista também incluiu nomes de integrantes da Cruz Vermelha e de algumas ONGs, segundo Candeas.
“O número de estrangeiros é grande nessa região e o governo continua a insistir para que os brasileiros saiam o quanto antes. A informação que nos foi passada é que hoje não está prevista a saída de brasileiros da Faixa de Gaza”, diz o comunicado oficial do Itamaraty.
Fonte G1 Brasília