O secretário-chefe da Casa Civil de MT, Mauro Carvalho.
Após mais um novo episódio envolvendo a Secretaria de Saúde de Cuiabá, com a prisão do ex-secretário de saúde, Célio Rodrigues, o secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Mauro Carvalho, afirmou à imprensa que as recentes polêmicas envolvendo a saúde pública da capital são um “verdadeiro escândalo” de repercussão nacional. Carvalho avaliou como desumanos os fatos apurados pela polícia nas investigações.
“O que a polícia apurou em mais essa operação é um absurdo. Pegaram R$ 1 milhão dos cofres públicos da prefeitura de Cuiabá para comprar medicamentos, pagaram pelos remédios e nenhum comprimido foi entregue, tudo isso com nota fiscal fria. É muito grave e desumano com a população”, disparou Carvalho.
O chefe da Casa Civil considerou ainda uma ‘covardia’ o fato do crime ter sido cometido durante o auge da pandemia de Covid-19, ressaltando que o crime interferiu diretamente no direito à vida.
“É remédio que falta na mesa de cirurgia. É paciente que corre o risco de não ser submetido a uma cirurgia porque não tem a medicação. E isso tudo foi feito durante a pandemia da Covid. Usaram desse artifício, de um dos momentos mais frágeis do mundo, em que todos estavam em busca de medicamentos, para desviar dinheiro público e enganar a população”, reforçou.
Mauro Carvalho foi categórico em afirmar que a prisão do ex-secretário de saúde da gestão Emanuel Pinheiro (MDB), é resultado da apuração realizada pelo Gabinete de Intervenção da Saúde, realizada entre os meses de dezembro do ano passado e janeiro deste ano.
“É por isso que estão tentando descreditar o trabalho da intervenção determinada pelo Tribunal de Justiça a pedido do Ministério Público Estadual, na Secretaria Municipal de Saúde. Eles querem encobrir as falcatruas que fizeram. Em menos de 8 dias, muita poeira foi retirada debaixo do tapete. Todo mundo sabia que havia problema, porque não é normal dever tanto fornecedores, médicos, faltar medicamentos básicos, como dipirona, e não ter esquema por trás”, apontou.
Carvalho pontua criticando a gestão pelos vários escândalos de corrupção envolvendo a Prefeitura de Cuiabá e seu secretariado, cobrando mais respeito da gestão com os moradores da capital.
“Temos um recorde em Cuiabá que nos envergonha muito. Somos a prefeitura com mais operações policiais. Só na saúde já são 8 operações policiais e três secretários presos. A população de Cuiabá precisa ser respeitada”, concluiu.
Operação Hynos
A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou nesta quarta (9) a operação Hypnos. Na ocasião, o ex-secretário de saúde, Célio Rodrigues, teve a prisão cumprida pela Polícia Civil. Célio é acusado de comprar, de forma fraudulenta, o medicamento Midazolan, por meio de nota fiscal fria. A suspeita é que o medicamento nunca foi entregue ao município.
Foram cumpridos um mandado de prisão, seis de busca e apreensão, dois de afastamento cautelar de exercício da função pública, além de sequestro no valor de R$ 1 milhão.
Fonte: Isso É Notícia