O blog apurou quais devem ser os próximos passos no Tribunal de Contas da União (TCU) a respeito do caso da suposta tentativa de venda de joias recebidas por comitivas do governo Jair Bolsonaro (PL) em viagens ao Oriente Médio.
O caso é relatado pelo ministro Augusto Nardes, tido como bolsonarista pelos próprios colegas, que o pressionam para que coloque logo a questão em votação no plenário.
A expectativa das fontes ouvidas pelo blog é que o tribunal peça de volta todos os presentes recebidos e ratifique a devolução dos que já foram entregues. Além disso, é provável que seja pedida a punição de servidores da Secretaria-Geral da Presidência da República que permitiram o que foi chamado de ?falcatruas? por uma das fontes.
Outra fonte afirma que também deve ser discutido se há elementos suficientes para comprovar que Jair Bolsonaro teve responsabilidade direta no imbróglio das joias. Até o momento, a defesa do ex-presidente tem insistido na tese de que, no máximo, houve no caso algum erro de natureza administrativa, argumento que ficaria muito prejudicada por uma decisão desfavorável no TCU.
Investigação da PF
No início de março, o ministro Nardes concedeu uma medida cautelar que permitiu ao ex-presidente continuar como depositário dos presentes de luxo recebidos da Arábia Saudita.
Nesse mesmo período, segundo investigação da PF, pessoas ligadas ao ex-presidente ? como o tenente-coronel Mauro Cid e os advogados Frederick Wassef e Fabio Wajngarten ? articulavam ações para trazer de volta ao Brasil um kit de joias que havia sido vendido nos Estados Unidos.
Em troca de mensagens obtida pela Polícia Federal, dois suspeitos de envolvimento no esquema, o tenente-coronel Mauro Cid e o advogado Fabio Wajngarten, discutem sobre a provável cassação da decisão de Nardes.
?Parece que vão cassar a decisão de Augusto Nardi [sic]?, escreveu Cid. Em resposta, Wajngarten disse: ?Vão mesmo. Por isso era muito melhor a gente se antecipar?.
Cid, Wassef e Wajngarten estão entre as oito pessoas que devem prestar depoimentos à Polícia Federal na quinta-feira (31), de forma simultânea, sobre o caso das joias. A suspeita da PF é de que havia uma ação organizada para vender ilegalmente e, depois, recomprar as joias recebidas por comitivas como presentes de Estado durante a gestão Bolsonaro. O ex-presidente e a ex-primeira-dama, Michelle, também foram convocados a depor.
Fonte G1 Brasília