O ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou nesta segunda-feira (8) que foi expulso do União Brasil por não aceitar deixar “melhor projeto para o país”, se referindo ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Sobre a minha expulsão, a minha exclusão do quadro do partido, deu-se pelo fato de eu continuar ajudando o Pará, de eu continuar trabalhando no Ministério do Turismo, servindo ao Brasil, optando pela escolha que eu entendo, e a grande maioria dos brasileiros entendem também, que é o melhor projeto para o país, que é o projeto comandado pelo nosso presidente”, afirmou em uma transmissão ao vivo.
O União Brasil decidiu expulsar Celso Sabino do partido nesta segunda. A decisão foi tomada pela executiva nacional da legenda. Foram 24 votos pela expulsão em votação secreta.
Os dirigentes entenderam que Sabino cometeu infidelidade partidária ao desrespeitar uma ordem e permanecer ? contra a vontade da cúpula da legenda ? à frente do ministério.
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O ministro também criticou a intervenção da direção nacional do partido na executiva estadual do União Brasil, comandada por ele.
“Foi uma decisão equivocada, foi uma decisão injusta, interviram no diretório do estado do Pará sem que o diretório do estado do Pará tivesse feito nada, nenhuma infração regimental, descumprido qualquer tipo de determinação do partido”, afirmou Sabino.
?Sabino participou remotamente da reunião que resultou na sua expulsão do União Brasil. Em uma rede social, ele disse ter ficha limpa e que foi expulso do partido porque ficou naquele que considera o “melhor projeto para o Brasil”.
Em rota de colisão com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o União Brasil decidiu que filiados teriam de deixar cargos dentro da gestão Lula até o dia 19 de setembro. À época, a legenda alertou que o descumprimento seria considerado infração disciplinar.
Celso Sabino, que é deputado federal licenciado pelo Pará, chegou a ensaiar cumprir a determinação: ele anunciou publicamente que deixaria o ministério e entregou uma carta de demissão ao presidente Lula. Dias depois, o roteiro mudou.
Sabino “recalculou” a trajetória e tentou, sem sucesso, negociar sua manutenção na pasta e no União Brasil. Em outubro, de olho em um eventual ganho eleitoral com a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) em Belém (PA), ele decidiu continuar no Ministério do Turismo.
O desgaste entre o ministro e a cúpula do União levou Celso Sabino a ser afastado, ainda em outubro, de cargos e decisões nas estruturas administrativas do partido. O ministro também foi destituído do comando do diretório paraense.
Aliados afirmam que a reviravolta foi influenciada pelo cálculo eleitoral de 2026. Sabino pretende disputar uma vaga no Senado pelo Pará e acredita que o apoio de Lula, somado à visibilidade proporcionada pelas ações ligadas à COP30, pode fortalecer sua candidatura.
Mesmo com toda a movimentação, Sabino enfrenta dificuldades para viabilizar a candidatura no estado. A principal ameaça está em uma aliança construída pelo governador Helder Barbalho (MDB), que planeja se lançar ao Senado junto ao presidente da Assembleia Legislativa, Chicão (MDB).
Celso Sabino relatou a aliados que tem sido sondado por outros partidos. Há alguns dias, ele disse, no entanto, que a decisão somente seria tomada após o término do imbróglio dentro do União Brasil.
Sabino estava filiado ao União Brasil desde 2021. Ele figurou nos órgãos de comando da sigla, chefiando o diretório estadual do Pará e sendo membro da executiva nacional. Foi eleito deputado federal em 2022 e se afastou do mandato para exercer o cargo de ministro, contando com as bênçãos da bancada da sigla na Câmara.
A jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indica que, por ter sido expulso pela direção partidária, Sabino não perderá o mandato parlamentar e estará apto para se filiar a outra sigla.
Em outubro, durante compromissos em Belém (PA), Celso Sabino afirmou que apoiaria o petista, independente do cenário político.
O ministro chegou a indicar que chefiará o Turismo até o limite de desincompatibilização ? abril do próximo ano ?, quando detentores de cargos públicos precisam deixar as funções para disputar as eleições.
Fonte G1 Brasília