A Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu nesta quinta-feira (18) que o registro de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro contra a Covid-19 é falso. No sistema do Ministério da Saúde consta registro de 19 de julho de 2021. Ele teria sido feito em uma Unidade Básica de Saúde de São Paulo (leia mais abaixo).
As investigações da CGU não apontaram, contudo, de quem é a responsabilidade pela falsificação. De acordo com a Controladoria, os resultados serão encaminhados às autoridades do estado e do município de São Paulo para adoção de providências.
A análise do caso teve início após pedido, via Lei de Acesso à Informação (LAI), do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 (CNVC) do ex-presidente. A solicitação foi feita em dezembro de 2022 e a investigação concluída em outubro de 2023.
Em 17 de fevereiro do ano passado, o ministro da CGU Vinicius Carvalho, já tinha dito que havia registro de vacinação no cartão de Bolsonaro e que uma investigação estava em andamento para apurar como foi feita a adulteração. A Polícia Federal também investiga o caso.
De acordo com a CGU, o registro da vacinação é do dia 19 de julho de 2021, feito na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo. Entretanto, de acordo com a agenda oficial, o ex-presidente não estava em São Paulo na data referida. A mesma agenda aponta que Bolsonaro esteve na capital no dia anterior, 18 de julho de 2021.
Durante as investigações, também foram levantadas informações sobre o lote da vacina contra a Covid-19 que teria sido aplicada no ex-Presidente da República, mas a conclusão foi de que tal lote não estava disponível, naquela data, na UBS paulista em que teria ocorrido a imunização.
Primeiros indícios
Em setembro de do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) informou que havia indícios fraude no registro de vacinação do ex-presidente, ?ocasião em que pessoa desconhecida teria inserido informações falsas no sistema online de registro nominal de aplicação das doses da vacina contra Covid-19?.
Na época, funcionárias da Coordenadoria de Vigilância e Saúde de São Paulo registraram boletim de ocorrência. Na sequência, duas testemunhas foram ouvidas.
“A primeira esclareceu que à época dos fatos a inserção das informações poderia ser feita por qualquer pessoa que possuísse o login e senha da UBS, que eram gerais e únicos, bem como que atualmente o responsável pelo lançamento dos dados possui login e senha pessoais, o que facilita a responsabilização em caso de inserção indevida de dados”, disse o MPF.
Ao STF, na mesma ocasião, o procurador afirmou que ?há indícios suficientes de inserção criminosa de dados falsos em sistemas de saúde pública, de domínio da União, relativas à vacinação do ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro. A materialidade dos fatos está bem delimitada, na medida em que foram juntados os prints do sistema que comprovam as declarações das testemunhas”.
Fonte G1 Brasília