A defesa de Mauro Cid disse ao blog que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro vai implicar o general Braga Netto na audiência de custódia prevista para quinta-feira (21).
Após a Polícia Federal apontar omissões e contradições no depoimento de Mauro Cid, o tenente-coronel será ouvido na tarde desta quinta no Supremo Tribunal Federal (STF).
?Cid vai confirmar hoje a participação de Braga Neto?, disse o advogado Cezar Bittencourt.
O advogado não detalhou o teor, já que tudo corre em sigilo, e nem sinalizou se a informação que ele vai trazer liga Braga Netto a tentativa de golpe ou também ao plano de assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Segundo as investigações, o plano para executar Lula e Alckmin após eles vencerem Jair Bolsonaro (PL) na eleição 2022 foi discutido na residência do general Braga Netto em 12 de novembro daquele ano.
O encontro foi confirmado pelo general Mauro Cid, braço direito de Bolsonaro que se tornou colaborador da Justiça, e corroborado por materiais apreendidos com o general de brigada Mario Fernandes, preso nesta terça-feira (19).
Braga Netto estava presente no encontro, segundo a PF. Também estavam lá Mauro Cid e os majores Hélio Ferreira Lima e Rafael de Oliveira ? esses dois também foram presos nesta terça, suspeitos de, junto com Fernandes, elaborarem o plano para matar Alckmin e Lula. As execuções ocorreriam em 15 de dezembro.
Investigação da PF aponta que os golpistas previam colocar os generais Augusto Heleno, então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e de Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL), como comandantes deste grupo de crise.
A defesa de Mauro Cid , desde a delação, tem dado versões e recuado de informações sobre o teor da delação ou o conteúdo de depoimentos em inquéritos nos quais o militar é investigado.
Qualquer que seja a declaração que Mauro Cid der, ela será lida com desconfiança por Moraes e pelos investigadores. Primeiro porque a suspeita é de que Cid sabia e escondeu; segundo porque ele já teve uma chance de não perder sua delação — após ser preso em março.
De qualquer forma, para fins de investigação, mesmo que Cid perca a delação, as provas colhidas no inquérito são tão robustas que não dependem da colaboração.
Fonte G1 Brasília