A Comissão de Ética da Câmara Municipal de Cuiabá, instaurou nesta segunda-feira (15), o processo que pode cassar o mandato da vereadora Edna Sampaio (PT), por quebra de decoro parlamentar. A ação tem como intuito, investigar o suposto ‘desvio’ de Verba Indenizatória (VI), que deveria ter sido destinado Laura Natasha Abreu, sua ex-chefe de gabinete.
A comissão aceitou abrir o processo após a Procuradoria Geral de Cuiabá apontar indícios de admissibilidade no requerimento do vereador e vice-líder do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na Câmara, Luis Claudio (PP).
Além disso, a priori, o grupo definiu o vereador Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania) como relator temporário do processo, isso porque, após uma reunião dos membros, na tarde desta segunda-feira (15), os vereadores Kássio Coelho (Patriota) e Wilson Kero-Kero (Podemos) abriram mão da função.
O caso
Edna foi acusada de estar ligada a um esquema de “rachadinha”. O caso veio à tona em uma reportagem publicada pelo site RD News, onde dizia que a vereadora teria sido beneficiada, no ano passado, com pelo menos R$ 20 mil em valores ilegais. Comprovantes bancários contidos na investigação, além de áudios e conversas de WhatsApp, mostram que esse montante foi repassado gradualmente à parlamentar pela sua então chefe de gabinete, Laura Natasha Abreu – que foi exonerada mesmo estando grávida.
A reportagem mostrou conversas de WhatsApp nas quais o marido de Edna e ex-presidente do PT em Mato Grosso, Willian Sampaio, cobrava Laura sobre a devolução da VI recebida por ela, de R$ 5 mil ao mês. A então servidora, de acordo com as conversas, sempre sinalizava positivamente e confirmava a transferência da verba recebida para a conta da vereadora, enviando o comprovante do depósito ao marido de Edna.
Alegou perseguição
Em suas redes sociais, Edna Sampaio fez uma live, para dar seu posicionamento sobre a denúncia de rachadinha. Segundo a parlamentar, desde o início de seu mandato, no ano de 2021, adotou a centralização de verbas indenizatórias em seu gabinete. Conforme Edna, as VIs da chefe de gabinete e da própria vereadora seriam, segundo ela, para custeio de despesas do trabalho legislativo.
“Essa é mais uma tentativa de represália à Vereadora que incomoda, por suas palavras, por sua coragem, e pelo seu posicionamento político, que não agrada aqueles que fazem de seus cargos públicos meio de perpetuação no poder e enriquecimento ilícito. Continuaremos a fazer política, sem medo, sem nos deixarmos intimidar por acusações levianas e mentirosas feitas por quem não merece a confiança do povo”, disse a vereadora em nota, assinada por membros de seu gabinete.
Fonte: Isso É Notícia