A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado convidou nesta quinta-feira (8) o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, a prestar esclarecimentos ao colegiado sobre sua participação como enviado especial do governo brasileiro nas eleições da Venezuela.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também foi convidado pelo colegiado para falar sobre o tema.
O convite foi aprovado de forma simbólica, após negociação entre o governo e a oposição. O colegiado ainda vai agendar uma data para a realização da audiência. Por se tratar de um convite, Amorim não será obrigado a comparecer.
Ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim viajou à Venezuela para acompanhar o processo eleitoral no país em 28 de julho. O país enfrenta uma tensão política e social após Nicolás Maduro ter sido proclamado vencedor da disputa, sob a desconfiança de organismos internacionais e da oposição no país.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou a reeleição de Maduro na última segunda (29), com cerca de 97% das urnas apuradas. O órgão eleitoral venezuelano afirma ter apurado que Nicolás Maduro reuniu 51,95% dos votos ? enquanto seu opositor, Edmundo González, 43,18%.
Opositores de Maduro e a comunidade internacional têm contestado o resultado e cobrado a divulgação das chamadas atas eleitorais ? uma espécie de boletim das urnas. Segundo uma contagem paralela da oposição, González teria vencido Maduro com 67% dos votos, contra 30% de Maduro.
Amorim tem defendido e reforçado pedidos do governo brasileiro para que a Venezuela publique integralmente as atas da eleição presidencial. Em entrevista à GloboNews nesta quarta (8), o assessor de Lula disse ser “lamentável que as atas não tenham aparecido” após o término das eleições venezuelanas.
Os governos do Brasil, da Colômbia e do México assinaram nota conjunta, na última quinta (1º), em que pedem a divulgação de atas eleitorais na Venezuela.
A nota pediu também a solução do impasse eleitoral no país pelas “vias institucionais” e que a soberania popular seja respeitada com “apuração imparcial”.
Fonte G1 Brasília