O Conselho de Ética da Câmara decidiu nesta quarta-feira (11) manter um processo disciplinar que pode levar à cassação do mandato do deputado Glauber Braga (Psol-RJ). Foram 10 votos a favor e dois contrários.
Braga expulsou, aos chutes, de dentro da Casa, um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) em abril deste ano (veja vídeo abaixo)
A decisão de manter o processo seguiu o entendimento do relator, deputado Paulo Magalhães (PSB-BA), que se manifestou pelo seguimento do processo.
“O comportamento do deputado depõe contra ele. E nesse caso, quando na apresentação da admissibilidade, a coisa foi pior. Ele perdeu as estribeiras, a noção de onde estava, agredindo não só a mim, a mim até eu relevo. Mas, eu, o presidente da Casa, o presidente da mesa, o presidente do Conselho, todos foram agredidos”, argumentou Magalhães.
A decisão marca o início da fase de análise do mérito da denúncia, abre prazo para a coleta de provas e para a defesa formal de Braga (entenda o trâmite na sequência).
O partido Novo, autor da representação, pediu a cassação do mandato de Glauber por condutas que, na avaliação da sigla, violam as ?normas de decoro que exigem respeito e decoro nas interações?.
Entenda o caso
O pedido de abertura de procedimento contra o deputado foi apresentado após o parlamentar protagonizar embates físicos com o membro do MBL Gabriel Costenaro e o deputado Kim Kataguiri (União-SP), um dos fundadores do movimento, em abril deste ano.
Glauber e Costenaro discutiram verbalmente em um dos anexos da Câmara. O desentendimento evoluiu para empurrões e chutes do parlamentar contra o militante do MBL, em tentativa de retirar à força Gabriel Costenaro das dependências da Casa.
A discussão seguiu no exterior do anexo da Casa e precisou ser apartada por policiais legislativos, que conduziram os dois para prestar depoimento no Departamento de Polícia Legislativa (Depol) da Câmara., onde se iniciou a discussão com Kim Kataguiri.
O trâmite na comissão
??Com o seguimento do processo, terá início uma fase que deve durar até 50 dias úteis. Na primeira etapa, Braga será notificado e terá prazo de10 dias úteis para apresentar a sua defesa por escrito.
?? Após a entrega do material de defesa, o relator do caso apresenta um plano de trabalho e dá início à fase de coleta de provas. Essa fase tem até 40 dias úteis para ser concluída.
??Ao fim dessas fases, Paulo Magalhães terá mais 10 dias úteis para apresentar o seu parecer, que pode recomendar o arquivamento do processo ou a aplicação de penalidades. O parecer será discutido e votado pelos demais membros do Conselho.
Caso o colegiado aprove a cassação ou suspensão temporária do mandato, a recomendação do Conselho de Ética precisará ser aprovada pelo plenário da Câmara por, no mínimo, 257 dos 513 deputados.
Fonte G1 Brasília