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COP-27: MT é o segundo estado que mais emitiu gases de efeito estufa

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Mato Grosso é o segundo estado que mais emitiu gases de efeito estufa nos últimos sete anos, especialmente por causa dos desmatamentos. Os dados fazem parte do levantamento apresentado na última semana da Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP-27), em Sharm El-Sheikh, no Egito, sobre o as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil.PauseUnmuteCurrent Time 0:14/Duration 0:30Loaded: 100.00%Fullscreen

O país vem aumentando o índice, ao invés de reduzi-lo para cumprir as metas propostas no Acordo de Paris. As emissões aumentaram 21,4% nos últimos sete anos no Brasil, chegando a 1.756 milhão de tonelada em 2021. A meta é que o país chegue a 2030 emitindo 1.281 milhão de tonelada.

REPRODUÇÃODESMATAMENTO E GADO

Quando a mudança do uso da terra (desmatamento) é retirada da análise, o panorama muda e Mato Grosso passa a terceiro lugar no ranking, principalmente por causa do setor agropecuário. Segundo o estudo, a não contabilização das emissões por incêndios esconde a situação real, inclusive em Mato Grosso.

“Quando olhamos para os biomas, especialmente para a Amazônia, o desmatamento tem um papel preponderante nas emissões brasileiras, onde 92% das emissões estão diretamente associadas a alterações do uso da terra, que transformam a floresta em agropecuária. Então, de fato, combater o desmatamento é a maneira mais barata e eficiente de reduzirmos as emissões de gases de efeito estufa”, afirmou a diretora de ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Ane Alencar.

Mesmo que os incêndios florestais, tão presentes em Mato Grosso, ainda não entrem no inventário nacional como uma fonte de emissão, a diretora de ciência do IPAM ponderou a importância de se estimar a quantidade de emissões por fogo não associado ao desmatamento.

A diretora-executiva do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Marina Piatto, chamou a atenção para o fato de a agropecuária ser muito relevante para as emissões brasileiras, já que o rebanho de corte e de leite emite toneladas de gás metano na atmosfera (cerca de 80% de todo o metano emitido pelo Brasil) por meio da ruminação e eructação.

“As emissões de metano são um grande problema para o país, principalmente pelo crescimento anual desse rebanho bovino”, disse Piatto

Para alcançar as metas acordadas, os principais desafios do país – de acordo com os especialistas presentes na apresentação – serão reduzir o desmatamento e as emissões de metano (CH4) na atmosfera, além de aplicar as técnicas de agricultura de baixo carbono. 

Agropecuária e desmatamento são os vilões

Em 2021, as emissões brutas brasileiras alcançaram 2,4 giga (bilhões) de toneladas de carbono equivalente. Quando são descontadas as remoções, empregando as regras utilizadas pelo Brasil, o valor vai para 1,8 bilhões de toneladas de CO2e (dióxido de carbono equivalente).

“Praticamente metade das nossas emissões vêm de mudanças de uso da terra, onde obviamente o destaque é o desmatamento. O segundo setor que mais emite CO2e é a agropecuária, seguido pelo setor de energia, pelos processos industriais e, por fim, pelo segmento de resíduos. Tudo o que está relacionado com o uso da terra, que é a mudança do uso da terra e a agropecuária, responde por quase 75%, ou seja, três quartos das nossas emissões”, explicou Azevedo.

Historicamente, o desmatamento para agropecuária foi o principal responsável pelas emissões de gases de efeito estufa no Brasil.

Esse cenário faz do Brasil ocupar a 5ª posição como o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, depois da China, dos Estados Unidos, da Índia e da Rússia. A diferença, pontuou Azevedo, é que nos demais países citados, três quartos das emissões estão relacionadas à queima de combustíveis fósseis. 

Exploração Ilegal na Amazônia 

O relatório “Mapeamento da exploração madeireira na Amazônia” aponta que, dos dez imóveis rurais campeões de exploração ilegal de madeira na Amazônia, oito estão em Mato Grosso. O relatório foi lançado pela Rede Simex durante a COP-27. As outras duas propriedades estão no Amazonas. De acordo com o estudo, as dez propriedades responderam por quase a metade (49%) de toda a extração não autorizada de 2020 a 2021 na Amazônia brasileira.

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