Primeira vice-presidência ou Primeira Secretaria? O PT poderá escolher qual cargo vai querer na composição da Mesa Diretora da Câmara para o biênio 2025-2026. O partido é considerado estratégico pelos pré-candidatos à presidência da Câmara e está sendo cortejado por candidaturas opostas.
Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil e candidato ao comando da Câmara, está oferecendo ao presidente Lula que seu partido fique com a primeira vice-presidência da Casa. O primeiro vice é o substituto eventual do presidente e fica responsável também pela aprovação dos requerimentos de informação enviados ao governo federal.
Já Hugo Motta (PB), líder do Republicanos e candidato do presidente Arthur Lira (PP-AL), oferece a Primeira Secretaria. A função é como se fosse uma prefeitura da Câmara e é responsável pelos contratos de manutenção da Casa.
A federação do PT, composta também pelo PCdoB e pelo PV, reúne 80 deputados. É a segunda maior bancada da Câmara, depois do PL, com 92. O regimento da Câmara prevê que a escolha dos cargos da Mesa Diretora se dá pela proporcionalidade do maior bloco formado para a eleição.
Se o PT caminhar com Elmar, será o maior partido do bloco e, por isso, poderá indicar o cargo mais cobiçado da Mesa Diretora depois da presidência — que é a primeira vice.
Porém, se caminhar com Motta, o PT estará no mesmo bloco do PL. E como o partido de Bolsonaro tem mais parlamentares, o partido de Lula terá a segunda escolha.
Atualmente, o PT tem a Segunda Secretaria da Câmara -‘ que cuida dos passaportes diplomáticos. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) é quem ocupa a função.
A interlocutores, Elmar disse que pediu ao presidente Lula que deixe a decisão para janeiro.
O líder do União Brasil avalia que não faz sentido o PT estar no mesmo bloco do rival PL para ter uma posição pior na Mesa. Elmar conta com o apoio de PDT e PSB, partidos mais alinhados ideologicamente com o PT.
Lideranças do PT, no entanto, avaliam que o partido participou da construção do nome de Hugo Motta e que o presidente Lula delegou ao presidente Lira a condução do processo de sucessão. Na opinião desses deputados, pegaria mal se o partido não apoiasse Motta, depois da construção do nome dele.
Fonte G1 Brasília