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Covid-19: “desinformação e vacinação” são principais desafios do governo brasileiro, diz especialista

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A explosão de casos de Covid-19 na China e a aparição da variante XBB.1.5, ou Kraken, no Brasil trouxeram de volta as piores lembranças da pandemia. Mas para a biomédica e pesquisadora brasileira Mellanie Fontes-Dutra, uma das principais vozes da ciência no Twitter, em 2020 e 2021, e uma das fundadoras da rede #TodosPelasVacinas, o momento é de vigilância e não de pânico. Ela elenca dois principais desafios para o novo governo em relação à doença: vacinação e informação.

A explosão de casos de Covid-19 na China e a aparição da variante XBB.1.5, ou Kraken, no Brasil trouxeram de volta as piores lembranças da pandemia. Mas para a biomédica e pesquisadora brasileira Mellanie Fontes-Dutra, uma das principais vozes da ciência no Twitter, em 2020 e 2021, e uma das fundadoras da rede #TodosPelasVacinas, o momento é de vigilância e não de pânico. Ela elenca dois principais desafios para o novo governo em relação à doença: vacinação e informação.

Mellanie Fontes-Dutra acredita que a decisão de testar viajantes provenientes da China, tomada por vários países europeus, Estados Unidos e Japão, é positiva. “Eu acho que a testagem neste momento é importante por muitos fatores. É através da testagem que a gente consegue entender a realidade dos novos casos, da transmissão do vírus, do quão rápido ele está se alastrando na população”, explica.

“A testagem diminuiu muito, os sequenciamentos por consequência diminuíram muito. Isso nos coloca em uma situação de não conseguir entender completamente como está esse cenário na realidade. Então eu acho que sim, que isso deveria ser uma política mais incentivada no Brasil e também em outros lugares do mundo, até para o próprio manejo da pandemia”, completa.

Nos aeroportos, os testes são ainda mais importantes porque existe uma grande circulação de pessoas.

Doença endêmica

A biomédica acha que é cedo para considerar a doença como endêmica, já que o número de óbitos por Covid ainda é muito alto no mundo. “A OMS não mudou o estado de emergência de saúde pública de interesse mundial. Nós estamos ainda em uma pandemia. O que pode estar acontecendo é que alguns países não estão mais nessa emergência nacional”, diz. “É muito importante que a gente tenha isso em mente: o que gera novas variantes, são as contaminações”, diz. “Mas não é uma questão de pânico, mas de atenção, de vigília. Por isso a testagem e o sequenciamento são importantes para a gente saber como essa evolução está acontecendo. Por isso, as altas coberturas vacinais são críticas, porque a vacinação impacta sobre a transmissão do agente infeccioso também”, recomenda. “A gente precisa de ações concretas e assertivas agora, justamente para afastar a possibilidade de uma variante ainda mais agressiva ou complexa”.

Brasil preparado para enfrentar a doença

Quando questionada sobre se o Brasil estaria mais preparado para enfrentar a Covid-19 e suas variantes hoje do que em 2020, ela diz que o país redescobriu a importância da vacinação, mas que isso não é suficiente.   

“Tem muita coisa que a gente tem que fazer ainda em relação às vacinações para aumentar a cobertura. Precisamos reforçar a testagem, sequenciamentos, precisamos fazer com que as pessoas tenham consciência de que qualquer sintoma gripal pode ser considerado Covid e precisa ser testado, precisa ser isolado”, insiste a especialista, salientando que as vacinas são a melhor proteção contra a doença. Mellanie Fontes-Dutra, que durante o ano de 2021 foi guia da equipe Halo,uma iniciativa global que faz parte do projeto “Verificado” das Nações Unidas, diz que um dos principais desafios do novo governo em relação à Covid é a desinformação.

“É um desafio para esse novo governo. É preciso reforçar muito essa comunicação com a população, explorar formas de chegar mais longe ainda em relação à sociedade, para que a gente possa ter uma população melhor informada, no sentido de que não seja tão suscetível a essas narrativas desinformativas”, afirma. “Isso se faz fortalecendo as nossas instituições, incentivando a ciência, incentivando a própria divulgação científica. 

Fonte: Isso É Notícia

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