O comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, afirmou à GloboNews nesta sexta-feira (8) que a crise entre Guiana e Venezuela pelo controle do território de Essequibo coloca “em risco” interesses do Brasil e pode ser uma “ameaça” à paz e à cooperação entre os países da América do Sul.
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, destacou que seu governo está trabalhando continuamente para garantir que as fronteiras do país “permaneçam intactas” e afirmou que os guianenses “não têm nada a temer nas próximas horas, dias e meses”.
“A situação de crise nos países vizinhos coloca em potencial risco os Interesses Nacionais e deve ser encarada como possível ameaça à manutenção da paz e cooperação no entorno estratégico do Estado brasileiro”, afirmou o comandante da Marinha do Brasil.
O almirante Olsen também disse que a Marinha “permanece em condições de emprego” e está “pronta” para apoiar a política externa brasileira. O militar informou que a instituição também monitora e protege “infraestruturas críticas” e recursos que estão em águas sob a jurisdição do Brasil.
Mercosul não pode ficar ‘alheio’, diz Lula
Nesta quinta (7), o presidente Lula comentou a crise entre Venezuela e Guiana durante a abertura da 63ª edição da reunião de cúpula de chefes de Estado dos países do Mercosul ? bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela ?, no Rio de Janeiro.
O petista afirmou que acompanha com “crescente preocupação” a escalada de tensão. Para ele, o Mercosul não pode ficar “alheio” à situação.
“Uma coisa que não queremos aqui na América do Sul é guerra. Não precisamos de guerra, não precisamos de conflito. O que nós precisamos é construir a paz, porque somente com muita paz a gente pode desenvolver os nossos países”, afirmou o presidente Lula na ocasião.
A tensão na fronteira norte do Brasil é um desafio à política externa de Lula, que é aliado do presidente Nicolás Maduro na Venezuela. Lula já declarou que espera que o “bom senso prevaleça” na disputa territorial.
Nesta sexta, Lula se reuniu no Palácio da Alvorada com o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, para debater a situação.
Fonte G1 Brasília