O cuiabano Danilo Trento, conhecido por sua controversa participação na CPI da Covid, volta a ser manchete nacional ao ser apontado como figura central em um novo escândalo investigado pela Polícia Federal – desta vez, envolvendo fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Reportagem da GloboNews destacou Trento como personagem-chave em um esquema milionário que utilizava associações para captar beneficiários de forma fraudulenta. As investigações revelam que ele circulava em áreas restritas de aeroportos ao lado de agentes da Polícia Federal e do ex-procurador do INSS, Virgílio de Oliveira Filho, com quem teria transportado malas cujo conteúdo ainda é mantido sob sigilo, mas que levanta suspeitas após apreensões em espécie.
Trento foi indiciado na CPI da Covid por envolvimento com a Precisa Medicamentos, empresa que negociou a aquisição da vacina Covaxin com indícios de sobrepreço e pagamento de propinas. À época, escapou de prestar depoimento efetivo graças a uma liminar do Supremo Tribunal Federal. Agora, ressurge em uma teia de corrupção mais ampla, que teria operado simultaneamente ao escândalo da pandemia, segundo a PF. A denúncia indica que enquanto era investigado por fraudes na área da saúde, Trento já articulava esquemas envolvendo convênios com o Ministério da Previdência para alavancar a ANBEC, associação que saltou de apenas três associados para quase um milhão em poucos meses.
A narrativa da impunidade e da reincidência ganha contornos mais graves ao se confirmar que o mesmo grupo investigado por formação de organização criminosa na crise sanitária já estruturava, paralelamente, um novo modelo de desvio de recursos públicos, desta vez atingindo a Previdência Social – um dos pilares do Estado brasileiro. O retorno de Danilo Trento à cena revela não só a persistência de práticas criminosas por velhos conhecidos da Justiça, mas também o ciclo vicioso de fragilidade institucional que permite que personagens com histórico de escândalos retomem protagonismo em esquemas ainda mais sofisticados.
