O alto escalão das Forças Armadas considera a possibilidade de expulsar o tenente-coronel Mauro Cid do Exército Brasileiro. De forma reservada, eles admitem que os fatos investigados são incompatíveis com a conduta esperada de um militar. A confissão de culpa na investigação sobre adulteração de dados de vacinação e emissão de documentos falsos poderia justificar, por exemplo, a abertura de um processo de expulsão. Caso o processo ocorra e Mauro Cid seja expulso, ele passa a ser considerado ?morto fictício? para a corporação e a família irá receber uma pensão vitalícia.
Mauro Cid está preso desde maio por causa do inquérito que apura adulteração dos dados de vacinação e acumula outras investigações, como o escândalo das joias, os atos golpistas e o envolvimento do hacker Walter Delgatti com Jair Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens já prestou dez depoimentos este ano.
Até entrar na ajudância de ordens de Jair Bolsonaro, a carreira de Mauro Cid era considerada exemplar pelos militares. Ele tem 44 anos, é tenente-coronel e filho de Mauro César Lourena Cid, general da reserva que foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no sul Fluminense.
Mauro Cid concluiu a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) em 2000. Ele também foi instrutor na AMAN e fez os principais cursos da carreira militar, como a escola de Comando Estado Maior, tendo sempre ficado entre os melhores da turma.
O ministro
O ministro de Defesa, José Múcio, tem defendido investigações profundas e punições para desvios comprovados de condutas. Semana passada, ao comentar sobre as acusações de que militares receberam o hacker dentro do Ministério, ele afirmou ?não posso achar que todo esse prédio é suspeito ?
Fonte G1 Brasília