A possível expansão do grupo do Brics, atualmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul deve ser discutida pelos chefes de Estado e de Governo na Cúpula que será realizada em Joanesburgo, na África do Sul, no fim deste mês. O presidente Lula participará do encontro representando o Brasil.
Fontes do Itamaraty informaram ao blog que ainda será preciso entender o cenário para a inclusão de novos países ao grupo. Cerca de 20 nações apresentaram candidatura, mas é preciso ver ainda se há consenso em torno de uma ampliação e quais seriam os critérios para que a expansão aconteça.
Nesta segunda-feira (31), em um programa de televisão, o presidente Nicolás Maduro afirmou que a Venezuela é um dos países interessados em fazer parte da organização, e já oficializou uma proposta para ingressar no bloco. Maduro disse esperar uma resposta positiva.
Além da Venezuela, outras candidaturas foram apresentadas na reunião de chanceleres do Brics, que ocorreu junho deste ano. Entre os postulantes, estão:
- Bangladesh
- Irã
- Indonésia
- Cuba
- Argentina
- Arábia Saudita
- Emirados Árabes Unidos
- Etiópia
- Egito
Além dos países que se aproximaram formalmente para se tornarem membros do grupo, há outros que também demonstraram, informalmente, interesse em participar do bloco.
Cúpula do Brics
O encontro dos países que fazem parte do Brics será entre os dias 22 e 24 de agosto, na África do Sul. O grupo visa negociar tratados de comércio e cooperação com o objetivo em aumentar seu crescimento econômico.
O Brics é um bloco que existe desde o início dos anos 2000 e busca cooperação, principalmente econômica, entre os países-membros. Atualmente, o grupo possui um banco, que faz empréstimos para investimentos em infraestrutura e sustentabilidade.
Putin não irá ao encontro
O presidente russo Vladimir Putin não participará do encontro do Brics. De acordo com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, por acordo mútuo, Putin será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
Juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia emitiram em março mandados de prisão ao presidente russo e para a Comissária para os Direitos da Criança da Rússia, Alekseyevna Lvova-Belova, por crimes de guerra em áreas ocupadas na Ucrânia.
A Câmara de Pré-Julgamento II do TPI considerou que os dois acusados são responsáveis pelo crime de guerra de deportação ilegal de crianças de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia, segundo comunicado do TPI.
Desde o início da guerra na Ucrânia, que completou um ano em 24 de fevereiro, a Rússia vem sendo acusada por organizações não-governamentais, por Kiev e até por uma investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) de sequestrar crianças em regiões ucranianas tomadas pelo Exército do país e de levá-las para centros de “reeducação” em território russo.
Fonte G1 Brasília