Após uma carreira vitoriosa dentro de campo, Nei Silva inicia mais um desafio como técnico. Em sua sexta experiência no comando, ele assumiu o Dom Bosco com a missão de evitar o rebaixamento no Mato-grossense. Em entrevista ao ge, o ex-lateral revelou que estuda para atuar na nova função desde os tempos de Internacional e destacou os nomes que são referência para o novo passo na carreira.
Nei está na segunda passagem pelo futebol de Mato Grosso. Em 2023, o técnico conquistou o acesso à elite estadual no comando do Araguaia. À beira do campo há pouco mais de dois anos, disse que o interesse em buscar conhecimento tático existe desde o auge como jogador.
– Quando eu jogava, já pensava em treinar, já estudava. Me propus uma coisa, pensei que quando eu parasse de jogar seria um treinador que iria passar tudo o que eu aprendi de uma forma correta, uma visão diferente do futebol. Eu estudo tem mais de dez anos, mesmo no meu auge em 2010 com o Inter eu já estudava. Eu nunca fui craque, mas eu sempre estive no meio dos craques. Eu gostava de aprender, e é isso que eu passo hoje. Nós vivemos em uma constante evolução, se você para de estudar, o que servia há cinco anos, não funciona mais.
Formado em Educação Física, Nei tem a Licença B da CBF. Além da formação em futebol, o treinador destacou a paixão pelos livros, especialmente sobre suas referências no esporte.
– Eu gosto muito de ler, sou curioso pra aprender. Só neste ano eu já li três livros. É uma forma muito fácil e palpável para todos chegarem ao conhecimento. Desde muito cedo eu leio muito, além das minhas qualificações. Já li e estudei sobre o Klopp, Guardiola, Mourinho, Simeone, Tite e Ferguson. São caras que eu gosto e admiro muito pela gestão, além da parte tática. São referências.
Modelo de jogo
Nei assumiu o Dom Bosco com o time penúltima colocação, mas com uma semana de trabalho pela frente para implementar seus padrões de jogo antes do primeiro desafio. Ele explicou que prioriza um estilo com foco na posse da bola e já iniciou os trabalhos para estabelecer o modelo no Azulão. Segundo o técnico, a filosofia é pautada no estilo europeu.
– Trouxemos a nossa ideia de jogo, que é um pouco diferente. Minha característica é a posse da bola, a gente gosta da posse porque se a bola está com a gente não tomamos gol. A gente acredita na paciência, nossa ideia de jogo é pautada em cima da filosofia da Europa, então é preciso trabalhar muito com os jogadores, já que eles estão enraizados em uma consciência corporal diferente. Dominar de costas, travado, às vezes buscar a bola em cima do companheiro, por exemplo.
E para tirar o Dom Bosco da parte de baixo da tabela, Nei Silva se apoia no último trabalho realizado. O treinador estava no Santa Helena, de Goiás, e conseguiu evitar o rebaixamento do clube, feito que espera repetir na atual temporada.
– Foi muito parecido, se não pior lá. Saí do Araguaia após uma campanha muito boa e fomos pro Santa Helena, em Goiás. Pegamos o time em último lugar, todo mundo desacreditava, não vinha jogando bem, algumas peças não se encaixavam e nos chamaram. Perdemos uma partida só e livramos o time com uma rodada de antecedência.
Início do desafio
O primeiro jogo à frente do Dom Bosco será neste sábado, em clássico diante do Operário VG. A partida será disputada no Dutrinha, às 15h30, com transmissão da TV Centro América e do ge MT.
Fonte GE Esportes