A jornalista Ana Karla Costa, atual secretária de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá, voltou aos holofotes nesta semana ao aparecer em um vídeo ao lado de seu chefe da vez, o prefeito Abílio Brunini — a quem adversários chamam de “desocupado” — para atacar o ex-prefeito Emanuel Pinheiro.
O currículo político de Ana Karla, no entanto, não começou na atual gestão. Sua primeira nomeação de peso ocorreu no inesquecível (e lamentável) governo Silval Barbosa, quando foi alçada ao cargo de Assessora Técnica II da Secretaria de Desenvolvimento do Turismo, sob a batuta da então secretária Teté Bezerra, esposa do ex-deputado federal Carlos Bezerra. A canetada que oficializou sua entrada veio do então governador Silval Barbosa e seu secretário-chefe da Casa Civil, Éder Moraes — todos personagens bem conhecidos dos arquivos da Justiça e dos noticiários investigativos.
Ironias da política mato-grossense: quem hoje dispara críticas à moral alheia carrega na bagagem uma trajetória abonada por padrinhos que já enfrentaram seus embates com a lei. Falta-lhe, portanto, “estofo, currículo e moral” para posar de guardiã da ética. Ainda mais quando integra uma equipe que o chefe já foi acusado de manter madrasta fantasma a irmãos e cunhadas em cargos comissionados de maneira duvidosa, sem esquecer a fama do chefe pelo péssimo trato com mulheres — problema que, a julgar pelos episódios recentes, parece persistir.
E para completar o enredo, Brunini ainda afirma no videozinho que Ana Karla seria melhor que o adjunto Max Aguiar. Uma frase que, segundo muitos nos bastidores, é desmentida pelo próprio desempenho: Max, bem mais articulado na imprensa e na política, seria uma boa escolha para secretário que pouparia o prefeito de parte das crises. Mas, enquanto o “desocupado” segue deitado no sofá da Câmara Municipal gravando videozinhos, a comunicação oficial patina — e Cuiabá assiste, entre incrédula e divertida, ao roteiro tragicômico dessa dupla e de sua velha guarda. Ainda não aprofundamos no período Ana Karla em Várzea Grande.
