Os advogados Paulo Lemos e Julier Sebastião, que patrocinam a defesa da atriz pornô Esther Caroline Perralto, popularmente conhecida como ‘Tigresa Vip’, divulgaram uma nota neste domingo (1º) citando “discurso de ódio e desprezo de classe” em relação ao áudio em que deputada federal Rosa Neide se articula junto à Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) contra a filiação de Tigresa.
Inicialmente, à imprensa, a parlamentar havia defendido a filiação de Tigresa, que pretende disputar uma vaga à Assembleia Legislativa (ALMT), e negou suposto preconceito do partido devido ao fato dela ser atriz pornô. Contudo, o áudio revela uma opinião diferente, com Rosa Neide citando que a filiação de Esther teria virado ‘chacota’.
Na nota, encaminhada pelo advogado Paulo Lemos ao , a defesa considera até mesmo que o áudio não seja verídico, tamanho espanto devido ao posicionamento da deputada.
“Rosa Neide é filiada ao Partido dos Trabalhadores, uma agremiação que Ester sempre considerou e continua considerando combater o preconceito e acolher os marginalizados e esquecidos; e, como esse áudio é profundamente eivado de discurso de ódio e desprezo de classe, há a esperança de que possa ter sido outra pessoa a gravar ele. A Defesa gostaria de ouvir o lado da deputada sobre isso, que ela tenha o direito que o Diretório Estadual usurpou e cerceou da Ester: ao contraditório e ampla defesa”, diz trecho da nota.
Tigresa se filiou ao PT em meados de abril. Contudo, no dia 22 do mesmo mês, o presidente estadual da sigla, o deputado estadual Valdir Barranco, divulgou uma nota anunciando a desfiliação da atriz pornô, sem anunciar o motivo. Nos bastidores, dirigentes da sigla apontam que Barranco estaria com medo de perder parte do eleitorado no interior de Mato Grosso, já que o objetivo de Esther é uma vaga na ALMT.
A defesa pontuou ainda que o objetivo da atriz pornô é continuar a sua militância e que não pretende causar medo ou prejudicar outros projetos políticos.
“A Defesa afirma com veemência que o propósito de Ester sempre foi ingressar nas fileiras do Partido dos Trabalhadores para somar, para continuar a militância que já fazia voluntariamente, de forma alguma para causar medo ou ser considerada um risco para o projeto de quem quer que seja. Ela já tem sua própria estrela, desnecessário tirar a estrela de alguém. Há espaço para todas e todos”, destaca trecho.
Por fim, os advogados enfatizam que desejam um “desfecho de paz” para o imbróglio político causado pela sua filiação, apontando que a sua desfiliação ocorreu por descriminação devido à sua profissão.
“A Defesa ainda vislumbra um desfecho conciliatório, onde o bom-senso e o ordenamento jurídico, o próprio Estatuto do partido, prevaleçam, principalmente agora, mais claro do que nunca o motivo discriminatório da exclusão, sendo revigorada sua filiação, desde a data antes avalisada pelo Diretório Nacional, e escrita uma nova história daqui em diante, no compasso da inclusão social”.
Fonte: Isso É Notícia