A recente aprovação da Emenda Constitucional nº 119, de 2024, pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso, tem gerado intensos debates e indignação popular. A emenda impõe restrições significativas à criação de novas Unidades de Conservação (UCs) no estado, condicionando-as à regularização de 80% das UCs existentes e à disponibilidade de orçamento para indenizações a proprietários afetados.
O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) manifestou forte oposição à medida, classificando-a como uma “aberração constitucional” e um grave retrocesso nas políticas ambientais de Mato Grosso. Em discurso no plenário, Lúdio argumentou que a emenda fere o princípio do não retrocesso ambiental, essencial para a preservação dos recursos naturais e para o equilíbrio ecológico da região. 
Em contraste, o também deputado estadual pelo PT, Valdir Barranco, surpreendeu ao apoiar a proposta, alinhando-se aos interesses do governador bolsonarista Mauro Mendes. Barranco, que ocupa o cargo de 2º Secretário na Mesa Diretora da Assembleia, assinou a emenda que limita a criação de novas áreas de conservação, contrariando a posição de seu colega de partido e de diversos movimentos ambientalistas. 
A postura divergente entre os dois únicos deputados do PT na Assembleia Legislativa tem gerado perplexidade e revolta entre eleitores e militantes do partido. Enquanto Lúdio Cabral mantém uma posição firme em defesa do meio ambiente, Valdir Barranco enfrenta críticas por seu apoio a uma medida vista como prejudicial à sustentabilidade e à proteção dos ecossistemas mato-grossenses.
A aprovação da emenda ocorre em um contexto de crescente desmatamento e pressões sobre as áreas protegidas no estado, intensificando o debate sobre a responsabilidade dos representantes eleitos na defesa do patrimônio ambiental e na promoção de políticas públicas que garantam um desenvolvimento sustentável para as futuras gerações.