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Diplomata André Corrêa do Lago vai presidir a COP 30 em Belém, anuncia governo; veja perfil

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O governo federal anunciou nesta terça-feira (21) o nome do embaixador André Corrêa do Lago para presidir a COP 30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que acontecerá este ano em Belém (PA).

O anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e pela secretária-executiva do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O diplomata André Corrêa do Lago é o presidente da COP. E aproveito para parabenizá-lo, pela segunda vez aqui, de público, agradecendo pela disposição. E o Ministério do Meio Ambiente, com a secretária Ana Toni, que será a diretora-executiva da COP”, anunciou Marina.

“Queia agradecer a confiança do presidente Lula em me nomear presidente da COP 30. É uma honra imensa, e acredito que o Brasil pode ter um papel incrível nessa COP. Agradeço também ao resto do governo, porque a COP, a gente vai ter que construir todos juntos. E além do governo, com a sociedade civil, o empresariado, todos os atores que são absolutamente essenciais na formação do que o Brasil quer desta COP”, afirmou o novo presidente da COP, em seguida.

Corrêa do Lago é o atual secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, e tem trabalhado com temas de desenvolvimento sustentável desde 2001.

O embaixador também já esteve à frente das negociações por parte do Brasil nas conferências de clima da ONU.

Corrêa do Lago também agrega no currículo a experiencia em cúpulas internacionais. No G20 do ano passado, por exemplo, o embaixador coordenou o grupo de trabalho voltado para Sustentabilidade Ambiental e Climática.

Entre os méritos da atividade liderada por Corrêa do Lago está o documento que estabelece os 10 princípios de alto nível sobre bioeconomia. Foi a primeira vez que o grupo de países discutiu o tema e chegou a um documento de consenso multilateral.

“Com a ajuda de vocês, vamos fazer uma COP que será lembrada com entusiasmo”, disse o embaixador.

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EUA fora do Acordo de Paris afetam evento

No primeiro discurso à frente da COP 30, André Corrêa do Lago reconheceu que o anúncio da saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris ? feito pelo presidente Donald Trump no primeiro dia do novo mandato, nesta segunda (20) ? complica a situação da Conferência do Clima das Nações Unidas.

“Claro, os Estados Unidos são um ator essencial. Não só a maior economia, também um dos maiores emissores, Mas também um dos países que têm trazido respostas à mudança do clima com tecnologia. Os EUA têm empresas extraordinárias, e vários estados e cidades americanas estão muito envolvidos nesse debate”, disse.

“Estamos todos ainda analisando as decisões do presidente Trump. Mas não há a menor dúvida de que terá um impacto significativo na preparação da COP, e na maneira como vamos lidar com o fato de que um país importante está lidando com esse processo”.

“Inclusive, os Estados Unidos continuam membros da Convenção do Clima, estão saindo do Acordo de Paris. Então, há vários canais que permanecem abertos, mas não há dúvidas de que é um anúncio político de grande impacto”, seguiu Corrêa do Lago.

Biografia

André Aranha Corrêa do Lago nasceu em 1959. É bacharel em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1981) e entrou na carreira diplomática em 1982.

Na Secretaria de Estado, em Brasília, exerceu funções nas áreas de organismos internacionais, promoção comercial, cerimonial e energia. No exterior, serviu nas embaixadas em Madri, Praga, Washington e Buenos Aires e na Missão junto à União Europeia, em Bruxelas.

Tem trabalhado com temas de desenvolvimento sustentável desde 2001. Foi diretor do Departamento de Energia (2008-2011) e do Departamento de Meio Ambiente (2011-2013), período em que foi o negociador-chefe do Brasil para mudança do clima (2011-2013) a para a Rio+20 (2011-2012).

Foi embaixador no Japão (2013-2018), na Índia (2018-2023) e, cumulativamente, no Butão (2019-2023). Desde março de 2023, é o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.

Corrêa do Lago publicou livros e artigos sobre desenvolvimento sustentável e mudança do clima e é também crítico de arquitetura. É casado e tem quatro filhos.

O que faz o presidente da COP?

O cargo de presidente de uma COP tem peso importante, pois cabe ao ocupante da função mediar e articular os debates com outros países, e, até mesmo, construir consenso para uma declaração final.

A COP 30 terá grandes desafios. A Conferência do Azerbaijão não resolveu totalmente a questão do financiamento climático. E o governo brasileiro tem visto com preocupação a carga de demandas que a cúpula terá de resolver.

Segundo especialistas, o Brasil terá a responsabilidade de retomar o debate e avançar em acordos para a preservação ambiental e climática.

Para o Itamaraty, a COP 30 poderá deixar como “grande legado” a renovação de compromissos com a redução das emissões de gases poluentes e o término de debates que o Azerbaijão não concluiu.

Fonte G1 Brasília

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