Diplomatas ouvidos pelo blog celebraram as falas do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, sobre uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, um pleito de décadas da política externa brasileira.
Na abertura da sessão, Guterres enfatizou a necessidade urgente de modernizar as instituições multilaterais e reformar o Conselho de Segurança para melhor refletir as realidades do mundo de hoje. “É reforma ou ruptura”, disse. “O mundo mudou. Nossas instituições, não”, completou.
O presidente norte-americano, Joe Biden, também citou o compromisso dos EUA com a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Biden disse que a sua administração “realizou consultas sérias com muitos Estados-membros” sobre a expansão do Conselho, e disse que Washington “continuará a fazer a sua parte para impulsionar os esforços de reforma”.
“Precisamos ser capazes de quebrar o impasse que muitas vezes impede o progresso e bloqueia o consenso no Conselho. Precisamos de mais vozes, mais perspectivas à mesa”, completou Biden.
“Valorizamos muito as falas de Guterres e Biden”, disse um representante do Itamaraty. O Ministério das Relações Exteriores enxerga que passos importantes têm sido dados, a exemplo da cúpula do Brics, em agosto, na África do Sul.
Na ocasião, o Brasil condicionou seu apoio à ampliação do bloco ao apoio, por parte dos países que já integram o grupo, à proposta brasileira de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que acabou incluída na declaração final do Brics.
Outro diplomata ressaltou que a mudança do Conselho de Segurança é um processo, não acontece do dia para a noite, mas está avançando. “E está na hora de avançar”, disse.
O Conselho de Segurança tem cinco membros fixos desde que foi criado, junto com a fundação da ONU, em 1945: Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China. Os 5 países possuem poder de veto, durante debates e votações que reúnem também outros países que ocupam cadeiras rotativas.
Fonte G1 Brasília