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Dirigente que beijou jogadora espanhola vira réu e é convocado a depor na Espanha

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O ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol Luis Rubiales, que beijou sem consentimento uma jogadora da seleção do país, virou réu nesta terça-feira (12) e foi convocado a prestar depoimento pela Justiça da Espanha.

Ele será julgado por agressão sexual – o mesmo crime ao que responde o brasileiro Daniel Alves.

Luis Rubiales deu um beijo na boca da jogadora Jenni Hermoso durante a entrega de medalhas na final da Copa do Mundo feminina, na Austrália, da qual a Espanha foi campeã.

O gesto gerou uma onda sem precedentes de críticas, que culminaram em processos na Justiça e na renúncia do dirigente ao cargo, que se demitiu no domingo (10) após semanas de pressão.

A Justiça espanhola já havia aceitado uma denúncia do Ministério Público do país contra Rubiales e estudava se a transformaria em um processo. Nesta terça, um juiz anunciou a decisão de levar o caso a julgamento e transformou o dirigente em réu.

Ele terá de prestar o primeiro depoimento já nesta sexta-feira (15). Ainda não foi divulgada a data para o julgamento do caso em um tribunal.

Polêmica

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Em 20 de agosto, na cerimônia de entrega de medalhas ao final da Copa do Mundo feminina, as jogadoras da seleção espanhola cumprimentavam, em uma cerimônia em campo, a rainha Letizia da Espanha, sua filha mais nova e, na sequência, o então presidente da Federação Espanhola de Futebol.

Na vez de Jenni Hermoso, Rubiales deu um abraço caloroso na jogadora e, logo depois, um selinho.

A cena foi fortemente compartilhada nas TVs espanholas e redes sociais e começou a gerar uma onda de indignação, que foi crescendo e chegou ao governo espanhol. O primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, condenou a atitude, que duas de suas ministras chamaram de violência sexual.

Por semanas, Rubiales se defendeu, alegando que se tratou apenas de um “gesto de carinho entre amigos” e insistiu que não deixaria seu cargo.

“Não vou deixar meu cargo. Foi um beijo espontâneo, mútuo e muito consentido”, declarou Rubiales em uma assembleia extraordinária convocada pela federação espanhola uma semana depois do beijo. “O desejo que eu tinha de dar esse beijo era o mesmo que eu teria de dá-lo na minha filha”.

Após o discurso, Jenni Hermoso desmentiu Rubiales e disse que nunca consentiu que ele a beijasse, ao contrário do que o dirigente disse.

Rubiales alegou também que, no momento, perguntou a Hermoso: “um selinho?”. Ainda segundo o dirigente, a jogadora respondeu: “ok”. A jogadora também desmentiu essa versão.

Logo depois, no entanto, a Fifa decidiu suspender o dirigente por 90 dias enquanto também julgaria um processo disciplinar sobre o caso.

Dentro da Espanha, o caso cresceu ainda mais – além de protestos nas ruas, jogadoras anunciaram que não jogariam mais na seleção, e jogadores do time masculino também começaram a condenar a atitude.

No domingo (10), pressionado, Rubiales anunciou então a renúncia ao cargo. Em paralelo, ele responderá na Justiça e em processos disciplinares na Fifa e no Conselho dos Esportes da Espanha.

Fonte G1 Brasília

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