Um levantamento feito pela CGU (Controladoria Geral União) mostra que 60,8% das emendas de comissão em 2024 concentram-se em dois colegiados: na Comissão de Saúde da Câmara e na Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo do Senado.
De acordo com os dados, cabe ao colegiado da Câmara R$ 6,1 bilhões do total de R$ 15,5 bilhões, valor que representa 39,8% de todos os repasses dessa categoria. Desses, R$ 5,8 bilhões são para custeio e despesas correntes e apenas R$ 317,3 milhões para investimentos.
Já a comissão do Senado responde por 21% do total, ou R$ 3,2 bilhões. Nesse caso, R$ 2,6 bilhões são para investimento e R$ 600 milhões para despesas correntes.
Para a CGU, a concentração em apenas duas comissões revela a ausência de um “viés mais estruturante na alocação de recursos para ações públicas”. “Em relação às emendas RP 8 do exercício de 2024, observa-se que as Comissões da Saúde e do Desenvolvimento Regional e Turismo concentram aproximadamente 61% dos recursos”, destacam.
Considerando todo o Congresso, o volume de repasses é maior para despesas de custeio – 55,2% do total de R$ 15,2 bilhões. “Esse grande volume de recursos destinados a esse tipo de emenda parlamentar contradiz com a necessidade do país de alocação de recursos destinados aos investimentos públicos em formação bruta de capital fixo”, pondera. A dotação atualizada para investimentos fica em R$ 6,9 bilhões.
O levantamento foi feito a pedido do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino, relator das ações que tratam das emendas parlamentares. Ele havia dado 30 dias para que a CGU fizesse um parecer a respeito da eficiência desses gastos.
O pagamento das emendas está suspenso até que os três Poderes cheguem a um acordo para dar mais transparência e rastreabilidade. O primeiro prazo dado, que se encerrava na última sexta-feira, precisou ser prorrogado por mais 10 dias.
Fonte G1 Brasília