Edmilson Rodrigues (PSOL), candidato à reeleição na Prefeitura de Belém, disse nesta sexta-feira (27), durante entrevista ao Jornal Liberal 1ª Edição, que o Governo Federal anunciou R$ 310 milhões de recursos para obras de drenagem da Bacia do Paracuri, no distrito de Icoaraci, e que, se eleito, iniciar as obras com as verbas da Agência Francesa do Desenvolvimento (AFD).
“Quando o Lula veio e trouxe o Macron, e a equipe da Agência Francesa, eu sentei com eles e apresentei projetos, e graças a Deus o Paracuri receberá R$ 310 milhões de investimentos para dar dignidade àquela população do Distrito Icoaraci”.
Ele disse que a empresa contratada para destinação do lixo, a Ciclus Amazônia, responsável pelo licenciar e construir um novo aterro sanitário, será cobrada para cumprimento do contrato assinado pela prefeitura, que inclui um novo aterro.
Segundo Edmilson, já há pedidos de licenciamento tramitando na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
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Desde o dia 17 de setembro, o JL1 realiza série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Belém.
Os nove candidatos que concorrem nas eleições municipais serão entrevistados e terão quinze minutos para apresentar propostas e responder às perguntas elaboradas pelos jornalismo da TV Liberal.
A ordem das entrevistas foi definida em sorteio com os representantes dos partidos. As regras foram definidas em comum acordo entre a emissora e os partidos.
Os candidatos se comprometeram em não usar a entrevista nos seus programas eleitorais gratuitos, nem reproduzir nos sites oficiais da candidatura e quaisquer redes sociais, incluindo lives, em qualquer tipo de plataforma.
Leia, abaixo, a íntegra da entrevista com o candidato:
PRISCILLA – Candidato pelo número de habitantes que tem em Belém, 1,3 milhões de pessoas, a saúde é sobrecarregada. Hoje com apenas três PSMs, 32 unidades básicas de saúde, sendo que pelos cálculos do próprio Ministério da Saúde seriam necessários sete PSMs, 125 UBS. Em quatro anos candidatos essa rede de saúde vem sofrendo com falta de pagamento de profissionais, falta de medicamentos, o que o senhor propõe para resolver essa questão e aumentar essa rede que tanto precisa?
EDMILSON – Há versões e fatos. O fato é que eu peguei uma cidade destruída depois de 16 anos, vocês cobriram bem esse processo de destruição. Deixamos um sistema de saúde reconhecido e premiado, encontramos 104 equipes do programa de Saúde da Família. Hoje são 348 equipes. Só médicos foram 213 a mais. Agentes comunitários de saúde, 1120 a mais, portanto a cidade hoje já alcança 85% da população com sistema de Saúde da Família. E criamos recentemente você deve estar informada o programa saúde Belém Digital, hoje as pessoas podem acessar e ter medicina online com profissionais altamente qualificados, ao mesmo tempo podem ter acesso a psicólogos, nutricionistas e educadores físicos. Já temos um contingente grande de pessoas que são credenciadas no SUS participando e tendo acesso a esse serviço. Tudo isso está ajudando a diminuir os problemas da saúde, tem muita melhorar por isso negociei com o Lula e incluímos hoje no PAC três policlínicas, uma no Guamá, outras já estão com sede comprada na esquina da João Paulo II com Lomas, são cinco pavimentos, e uma outra sede comprada na Avenida Dalva, na Marambaia, antigo Sindicato dos Metalúrgicos. Três novas policlínicas, portanto com várias especialidades. Inauguramos do lado do Tribunal de Contas do Município, uma unidade do programa Saúde da Família, com várias especialidades e equipes do programa de Saúde da Família. É algo extremamente moderno e inovador funcionando numa arquitetura totalmente nova, adquirida pela Prefeitura do sistema industrial paraense, da Fiepa. E estamos em breve inaugurando um primeiro hospital 100% SUS, de retaguarda, com 240 leitos de enfermagem, 50 leitos de UTI individualizados, 12 leitos para tratamento quimioterápico e dez centros cirúrgicos. Isso foi negociado com o Ministério da Saúde, R$ 31 milhões, vocês devem ter noticiado, já estão sendo usados para compra do imobiliário do hospital. É um prédio adquirido por nós numa parceria com a Beneficente Portuguesa, que construiu três espigões, está usando dois e um que estava vazio então nós preferimos negociar e teremos portanto com mais de 300 leitos, um hospital 100% SUS, porque temos o apoio, graças a Deus e o povo brasileiro que venceu o fascismo, temos o apoio do presidente Lula, da ministra Nísia Trindade, isso só vai melhorar. Está bom? Não está, tem que avançar muito ainda, mas a saúde já é um outro patamar do que eu encontrei com a cidade destruída há três anos e meio.
PRISCILLA – Candidato, o senhor falou sobre a estrutura física, quanto ao profissional? Esses profissionais serão contratados com números suficientes, terão salários regulares e um salário digno para atuar também nessa área da saúde em todo essa estrutura que o senhor propõe?
EDMILSON – Quando eu falei 213 médicos, eu estou falando de pessoal sem atraso, e tem 78 já selecionados que eu não pude contratar, por causa da Lei Eleitoral, e não há trave de pagamento são 213 que recebem mediante o programa Mais Médico, então é um salário ideal e maravilhoso? Eu acho que para um médico pode ser mais, alcança quase R$ 12 mil reais, mas é um programa nacional, Belém se inseriu, nós recebemos 80% do salário para uma quantidade de 60 e poucos médicos, os demais nós bancamos 80%, portanto é um investimento com recursos municipais. Nós hoje investimos ano passado 27,98% em saúde, por isso que eu até de certa forma, achei um despreparo de dois candidatos que disseram que vão triplicar o investimento em saúde, vão gastar mais de 80% só em saúde, como se nós já investimos o dobro do que a lei obriga, que a lei obriga 15%, o problema que Belém é uma cidade pobre, então 27% de um orçamento ainda pequeno não chega a ser tudo que a gente sonha, mas com essa parceria com o Lula está melhorando. Eu estou falando de 2.500 ou mais agentes comunitário de saúde e agentes de combate e endemia, isso não é gente? Todas recebendo inclusive décimo quarto salário e tem estabilidade, porque eles não fizeram concurso público, mas fizeram um PSA, um processo seletivo que dá para eles estabilidade, com carteira assinada, piso salarial e eu introduzi o 14º salário para eles, de modo que é um contingente de 1.740 agentes comunitários de saúde, de 800 e poucos agentes de combate à endemia, portanto é o investimento em pessoal, além de enfermeiros e técnicos de enfermagem, então é um investimento grande em saúde. Está bom? Não está, mas não tem nada de crise como já tivemos há dois anos, e vocês muitas vezes, fizeram matérias, e eu peço desculpas do povo, eu peguei uma cidade endividada, destruída, pandemia por dois anos, e resolvemos, e hoje a cidade está em outro ritmo e é por isso nós não podemos correr risco de entregar a nossa cidade na mão de gente irresponsável, que fala coisas e quando propõe coisas boas são coisas que nós já estamos fazendo.
PRISCILLA – Candidato sobre o aterro sanitário. Belém vivesse esse ano a crise da coleta do lixo, com o senhor prefeito. Ainda não há definição para a destinação do que produzimos de resíduos já que o aterro de Marituba será desativado agora em fevereiro do ano que vem. E no seu plano de governo, o senhor promete a construção de um novo aterro sanitário, onde seria esse novo aterro?
EDMILSON – Eu não prometo, porque está no contrato com a PPP, que ganhou a licitação, eu não prometo, porque eu fiz uma licitação, eu tive que enfrentar uma verdadeira máfia. O plano de governo vale, o que eu falo é que no contrato com a PPP, a empresa Ciclus, que é uma das maiores da América Latina, por exemplo, ela é responsável pela região metropolitana do Rio de Janeiro. Ela tem a responsabilidade de licenciar um novo aterro, por enquanto baseado em decisão de Justiça, ela está usando o aterro de Marituba para fazer a transição. Já há processo de licenciamento, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente deve licenciar em breve para que nós tenhamos, aí sim, um verdadeiro aterro sanitário, porque o que nós encontramos depois de ser premiado pela ONU e, você sabe disso, como umas 10 melhores práticas do mundo, prêmio Dubai em 2004, todo mundo acessa a internet, pode comprovar o que eu estou falando, depois de 16 anos a cidade viveu a crise do lixo e recentemente o dinheiro público sendo pago e o lixo aumentando na esquinas, isso me envergonhava, envergonhava o povo e criava problemas sérios para a saúde do nosso povo. Enfrentamos de interesses muito complicados por interesses públicos do nosso povo, vencemos 19 ações na justiça e hoje a Ciclus está cumprindo o seu papel. Só de novos servidores são 2.400 quase, com carteira assinada, plano de saúde, vale-refeição, vale-transporte e não tinham sequer carteira assinada nos outros contratos. Então não podia gastar dinheiro com empresas que sequer tinham um contrato com a prefeitura, seja na coleta de porta em porta, seja uma aterro sanitário. Você sabe que o (aterro) Marituba não tem até hoje contrato, é mais de uma década que eu só posso pagar, porque a justiça me ajuda, eu não poderia usar dinheiro público para pagar a Guamá, de Marituba, se o poder judiciário não tivesse feito o trabalho de auditoria e de estudo e definido o valor pra eu pagar, com isso ele me tira de um crime de improbidade, então agora não é um novo contrato, com a PPA, e há pedido de licenciamento, que eu saiba uns três ou quatro. Aí eu não não tenho obrigação de dizer qual será licenciado. Primeiro, talvez em Bujaru, talvez no Acará, talvez em Barcarena, talvez em Santa Isabel, eu não posso te afirmar, porque a Semas está com vários processos, na medida em que ela autorize, dê o licenciamento a empresa Ciclus cumprirá obrigação, porque agora fruto de uma licitação, eu tenho como cobrar, porque há um contrato eu pago e cobro serviços. E hoje você vê a cidade está em outro ritmo. Então você já não vão ter mais matérias de monturos de lixo em cada esquina, porque nós vencemos gente muito poderosa, vencemos uma verdadeira máfia e o parabenizo os nossos servidores e agradeço o povo pela paciência.
PRISCILLA – Candidato, o senhor vem falando muito sobre contrato, carteira assinada, e o senhor vem sendo apontado como o prefeito que tem 662 assessores em cargos sem concurso público, que oneram os cofres do município, dinheiro da população, em R$ 8 milhões e meio. Que explicação o senhor dá para isso?
EDMILSON – A explicação é que nós precisamos trabalhar em políticas inovadoras para o município, e não se faz serviço público de qualidade sem servidores públicos. Olha, as pessoas estão nos vendo aqui, mas eu estou vendo aqui vários servidores, câmeras man, vários servidores, por que todo o trabalho exige mão de obra. Então olha, me permita a responder, eu entrei no primeiro dia, qual foi o meu primeiro projeto? Foi combater a fome. Hoje mais de 80 mil pessoas saíram da situação de fome, qual é o programa? Bora Belém. Como é que eu iria credenciar 18.500 famílias? Isso exige um trabalho com 140 trabalhadores que eu tive que nomear para fazer busca ativa, incluindo trabalhadores com qualificação na área de serviço social e outros profissionais qualificados. Eu estou te falando de um único programa. Quando eu digo que a população tem que debater sobre o uso dos recursos públicos e eu crio o programa Bora Belém, o programa Tá selado, eu estou precisando de gente, sabe por quê? Hoje nós temos 278 obras espalhadas na periferia da cidade. Eu pergunto, é possível fazer uma obra, gastar o dinheiro público, sem que tenhamos pessoas fiscalizando a obra? A empresa vai fazer o que quer sem fiscalização na prefeitura? Então se precisa de gente para trabalhar, eu vou nomear. Nós fizemos concurso público, chamamos agentes administrativos, chamamos assistentes sociais, chamamos jornalistas, chamamos médicos, chamamos assistentes sociais, chamamos professores. Só professores concursados são 596, que passaram em concurso, porque nós temos compromisso com a qualidade do ensino. Os nossos professores são altamente qualificados, agora contratação por determinação do prefeito em cargos comissionados, em programas que são necessários para combater a fome, para dar andamento a programa estruturantes, você sabe que nós íamos perder os recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e eu salvei os recursos. E hoje a macrodrenagem da Estrada Nova, inclusive a duplicação da Estrada Nova, é uma realidade. E é um projeto que vai beneficiar 263 mil pessoas. É da Doca, é da Tamandaré, não. Que bom que os moradores recebam algum investimento nessas áreas, mas eu estou investindo em Jurunas, Cremação, Condor, Guamá, a periferia da Batista Campos, a periferia da Cidade Velha. Eu iniciei a obra de madrodrenagem do Mata-Fome, sabe o que significa isso? São 144.600 pessoas que moram onde, no centro? Não, nos bairros do Tapanã, da Pratinha, do Parque Verde e do São Clemente. São pessoas que sofrem alagamentos, se você vai no Mata Fome e ouvi um candidato dizer que a obra não começou é porque não pisa na lama, porque eu visitei semana passada. São 42 obras de drenagem, pavimentação que estão transformando a realidade de quem mora nesses bairros e eu quero te dizer, iniciando do projeto São Joaquim vai favorecer pessoal da Maracangalha, vai chegar ao Barreiro.
PRISCILLA – Qual a garantia de cumprimento dessas obras?
EDMILSON – Essas obras têm recursos garantidos, estão em processo, são obras que se faz nenhum mês? Não. Eu estou falando de macrodrenagem pra atender mais de 600 mil pessoas e sabe qual é a boa notícia de hoje? Priscila, hoje você entra no site do Governo Federal, o Ministério do Planejamento, R$ 310 milhões foram aprovados e hoje o governo federal está divulgando para nós investirmos no Paracuri, através da Agência Francesa de Desenvolvimento. Quando o Lula veio trouxe o Macron, e trouxe a equipe da Agência Francesa, eu sentei apresentei projetos e graças a Deus o Paracuri receberá R$ 310 milhões de investimentos para dar dignidade àquela população do Distrito Icoaraci.
Considerações finais
EDMILSON – Enfim, eu quero agradecer a oportunidade dessa entrevista dizer, pessoal desculpem se nós enfrentamos uma pandemia, uma cidade arrebentada, mas hoje estão 80 escolas reconstruídas, somos cidade livre da analfabetismo, talvez a única do Brasil que alcançou 98% da alfabetização, estamos avançando na saúde, a cidade está mais limpa e tudo tem de avançar com investimentos que estamos fazendo. A Cop-30 é nossa, é o povo que é pai e mãe da COP.
Fonte G1 Brasília