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‘Eles que elejam o presidente que quiserem’, diz Lula sobre eleições na Venezuela

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (19) não ter razões para brigar com a Venezuela, com a Nicarágua e com a Argentina e que não cabe interferência no processo eleitoral de outros países.

Lula deu as declarações durante cerimônia de anúncio de investimentos em obras na Via Dutra e Rio-Santos.

“Uma coisa que o Brasil tem que ninguém tem: não tem nenhum país do mundo sem contencioso com ninguém como o Brasil. Não existe. Todo mundo gosta do Brasil, e o Brasil tem que gostar de todo mundo”, afirmou.

“Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer com Nicarágua? Por que eu vou querer com a Argentina? Eles que elejam os presidentes que quiserem. O que me interessa é a relação de Estado para Estado, o que que o Brasil ganha e o que que o Brasil perde nesta relação”, completou Lula.

O petista fez os comentários um dia depois de o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que é candidato à reeleição, afirmar que pode haver ‘banho de sangue’ e ‘guerra civil’ na Venezuela caso ele não vença as eleições.

O governo brasileiro silenciou e não se pronunciou oficialmente sobre as falas controversas do mandatário venezuelano.

Desconfiança internacional

A Venezuela realiza eleições em 28 de julho sob desconfiança da comunidade internacional de que o regime de Nicolás Maduro não assegure votações livres e democráticas ? o que contraria um compromisso formal assinado em outubro de 2023.

Seu principal concorrente, escolhido a partir de uma coalizão de partidos opositores, é o ex-diplomata Edmundo González.

Maduro concorre ao terceiro mandato consecutivo ? o primeiro foi em 2013. González foi anunciado pela Plataforma Democrática Unitária (PUD) após Corina Yoris ter sido impedida de concorrer às eleições presidenciais. Em março, a PUD declarou que o ?acesso ao sistema de inscrição? da candidata não tinha sido permitido.

Antes, a opositora María Corina Machado, uma das favoritas a desbancar Maduro, havia sido afastada da corrida eleitoral pelo Supremo Tribunal de Justiça, alinhado ao governo chavista.

Em outubro, o governo Maduro e a oposição assinaram o Acordo de Barbados, segundo o qual haveria eleições democráticas na Venezuela.

O governo do Brasil manifestou seu apoio a ela ao afirmar que não havia motivos para barrar a candidatura de Yoris. O regime de Maduro reagiu dizendo que a nota brasileira parecia ter sido “ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.

Além do Brasil, ao menos 11 países manifestaram preocupação com as eleições (Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Chile, Equador, Costa Rica, Guatemala, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai).

Fonte G1 Brasília

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