Em busca dos votos petistas na Câmara, Hugo Motta diz que, se eleito, vai colaborar com a governabilidade

Motta é o nome defendido pelo atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), embora não tenha havido, ainda, um anúncio oficial desse apoio.

De outro lado, estão Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União-BA). Embora mantenham candidaturas separadas, ambos decidiram se juntar em um eventual segundo turno desde que Elmar se sentiu traído por Lira, de quem acreditava que teria apoio.

Os dois lados tentam apoio do PT, cuja federação com PV e PCdoB reúne 81 deputados. A eleição será em fevereiro de 2025.

Estavam presentes no jantar desta quarta-feira pouco mais de dez parlamentares. O encontro aconteceu na casa do deputado Rubens Pereira Jr. (PT-MA). Segundo participantes, foi a oportunidade de ouvir a análise de Motta sobre o atual cenário.

Segundo participantes do encontro, Motta teria dito que quer reeditar o “blocão” que elegeu o presidente da Câmara. O grupo reuniu quase todos os partidos da Câmara, do PT ao PL. Mas o cenário atual, com um Centrão rachado e pré-candidatos do PSD e do União Brasil, praticamente inviabiliza uma candidatura consensual como a de Lira.

Motta também reafirmou a promessa de entregar ao PT a primeira secretaria da Câmara, uma espécie de “prefeitura” da Câmara, responsável pelo gerenciamento das despesas da Casa e por aprovar obras e reformas, por exemplo.

O cargo é melhor que o atualmente preenchido pelo PT na Mesa, de segunda secretaria – que trata de assuntos relacionados a passaportes diplomáticos dos parlamentares.

Em relação aos projetos que serão pautados na Câmara sob sua eventual gestão, os petistas ouviram de Motta que, como sua candidatura é fruto de convergência de muitos partidos, a pauta também será de muitos partidos – inclusive o PL.

Mas o pré-candidato disse, por exemplo, que o projeto de lei que anistia os vândalos responsáveis pelo 8 de janeiro não deve ser um tema tratado na sua gestão – mas sim na presidência de Lira.

Segundo um deputado presente no encontro, “ali não era um espaço para decidir” sobre o apoio do PT, mas os participantes receberam muito bem o que foi dito por Motta.

A bancada do PT ainda deve se reunir com os outros dois pré-candidatos, Elmar Nascimento e Antônio Brito, antes de formalizar o apoio.

A intenção é que isso ocorra na próxima quarta-feira, mas vai depender do quórum de deputados em Brasília, que têm ficado esvaziada por conta das eleições municipais.

Enquanto isso, Elmar e Brito buscam outras sinalizações do governo. Elmar, por exemplo, se reuniu nesta quarta-feira com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.

Nesta quinta-feira (17), Elmar foi ao encontro do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha – responsável pela articulação política no Congresso e desafeto de Lira. A reunião rendeu uma foto dos dois sorridentes, que foi publicada nas redes sociais de Elmar.

“Manhã produtiva ao lado do ministro. Diálogo e parceria são fundamentais para seguirmos firmes no compromisso de trabalho pelo Brasil”, escreveu o deputado na publicação.