A Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu, nesta quarta-feira (21), em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a invalidação da restrição às chamadas ?saidinhas? de presos ? a visita de detentos do regime semiaberto a familiares, por exemplo.
A restrição ao benefício foi estabelecida por lei aprovada pelo Congresso Nacional. O trecho chegou a ser vetado pelo presidente Lula, mas o Poder Legislativo restaurou a medida, derrubando o veto.
A questão foi ao STF. Relator dos processos que questionam a norma, o ministro Edson Fachin determinou que a AGU se manifestasse sobre o caso.
O documento da Advocacia é assinado pelo ministro Jorge Messias. Para a AGU, a saída de presos em algumas datas faz parte da individualização da pena, um mandamento da Constituição.
?Ora, se a reintegração social do condenado é um dos objetivos do cumprimento da pena, há de se garantir uma progressividade nesse cumprimento, de acordo com os méritos de cada um (ou seja, de forma individualizada)?, afirmou o advogado-geral da União.
?Proibir que condenados em regime semiaberto que cumpram os requisitos legais usufruam de saídas temporárias para visita à família enfraquece os laços familiares a que a Constituição prometeu dispensar especial proteção?, completou.
A AGU também argumentou que ?restrição das saídas temporárias não possui correlação significativa com a proteção da segurança pública?.
Quanto a outro ponto da lei ? o retorno da exigência de exame criminológico para a progressão de regime ? a Advocacia concluiu que ele está de acordo com a Constituição.
?Trata-se, aqui sim, de decisão de política criminal que compete, unicamente, ao legislador. O retorno expresso do exame criminológico ao texto da Lei de Execução Penal não fere nenhum princípio constitucional”, ponderou a AGU.
Fonte G1 Brasília