O vereador Tenente Coronel Paccola (Republicanos), se emocionou durante a sessão extraordinária desta quarta-feira (5) que julga a cassação do seu mandato por quebra de decoro parlamentar. Durante sua fala, Paccola chorou em plenária e disse respeitar a vereadora e autora do seu pedido de cassação, Edna Sampaio (PT), apesar das divergências ideológicas.
Paccola matou o agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, de 41 anos, com três tiros pelas costas, no dia 1° de julho deste ano.
“O que eu peço hoje para os senhores é que coloquem a mão na consciência, os senhores não estão aqui pra fazer esse julgamento com relação ao o que a própria vereadora Edna disse, é comum nas falas delas, eu não tenho nada contra a pessoa dela, ela sabe o respeito que eu tenho pela pessoa, por mais divergências e dificuldades que eu tenho de absorver e ouvir as falas, mas nossas divergências são ideológicas” disse.
Paccola ainda destacou durante sua fala que esse julgamento na Câmara é mais difícil que qualquer outro, pois o que está sendo julgado é o que ele carrega como “razão de existência”.
“Esse julgamento pra mim é mais difícil que o julgamento que vai acontecer no tribunal do júri, por que aqui o senhor não está julgando com relação à culpabilidade do fato, os senhores estão aqui para julgar três itens, que são itens que eu carrego como razão de existência, dignidade honra e integridade”.
Pedido de afastamento
A vereadora Edna Sampaio (PT) quem protocolou o pedido de afastamento e a cassação do mandato de Paccola. No documento, a petista justificava quebra de decoro parlamentar, conduta incompatível com a dignidade do cargo de agente político, homicídio doloso qualificado.
Durante sessão plenária Edna chegou a cobrar dos colegas um posicionamento a respeito do pedido de cassação. Segundo a vereadora, “se assassinato não for quebra de decoro, nada mais será”.
“Se assassinato não for quebra de decoro, nada mais será, porque esse é o crime mais brutal que existe. Eu não estou aqui para julgar ninguém, mas essa Casa precisa se posicionar, não dá para se calar diante da gravidade dessa ocasião, como está sendo feito aqui” disse.
Denunciado pelo MP
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MP-MT), por meio do Núcleo de Defesa da Vida, chegou a denunciar o vereador, enfatizando que o crime aconteceu mediante utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e por motivo torpe.
Paccola alega legítima defesa. Segundo ele, o agente estava com uma arma em mãos e ameaçava sua namorada.
No entanto, segundo o MP os três disparos efetuados pelo vereador “nas e pelas costas da vítima que sequer notou a presença de seu agressor, de maneira que lhe foi impossibilitada qualquer chance de defesa”.
Fonte: Isso É Notícia