Enquanto Mato Grosso ocupa o vergonhoso 7º lugar entre os estados mais violentos do Brasil — com o maior índice de feminicídios e estupros do país — o secretário de Segurança Pública, coronel César Augusto de Camargo Roveri, dedica seu tempo a tirar selfies em casamentos milionários e a prestar contas da segurança pública não à sociedade, mas à primeira-dama Virgínia Mendes. Aparentando mais um ajudante de ordens de madame do que o chefe de uma das pastas mais sensíveis do governo, Roveri protagoniza um papel constrangedor diante de um estado tomado pelo medo e pela impunidade.
Com o município de Sorriso entre os quatro mais violentos do Brasil, o governador Mauro Mendes assiste à escalada da criminalidade como se não fosse com ele. Enquanto isso, Virgínia Mendes — que de segurança entende tanto quanto Xuxa de ogiva nuclear — assume uma espécie de comando paralelo da pasta, em mais um episódio da já conhecida ostentação palaciana. É o desgoverno do faz de conta, onde o verniz das aparências tenta esconder o fracasso retumbante na segurança pública.