A investigação sobre o brutal assassinato do advogado Renato Gomes Nery, ocorrido em Cuiabá, Mato Grosso, tomou contornos ainda mais alarmantes com a revelação de que dois dos quatro policiais militares presos ocupavam cargos estratégicos na segurança pública: um atuava na inteligência da Polícia Militar e o outro no gabinete do governador Mauro Mendes.
A operação que prendeu os envolvidos foi deflagrada nesta quinta-feira (6), mas um detalhe levantou suspeitas: um dos investigados, que estava lotado no gabinete do governador, foi exonerado por Mendes um dia antes da ação policial, enquanto outro conseguiu fugir poucas horas antes da chegada das equipes sob a alegação de que iria pescar. Até o momento, o foragido segue sendo procurado.
Diante desses fatos, cresce a especulação de que houve um vazamento, permitindo que os alvos tivessem conhecimento prévio da operação e tomassem medidas para evitar a prisão. A possibilidade de informações sigilosas terem sido repassadas internamente para beneficiar os acusados expõe um grave problema dentro da estrutura de segurança do estado e compromete a credibilidade das instituições responsáveis pela aplicação da lei.
Enquanto as autoridades buscam respostas e o paradeiro do militar foragido, a sociedade cobra explicações sobre o possível envolvimento de agentes do próprio governo em um esquema que pode ter facilitado a fuga e tentado obstruir a justiça.