A Polícia Federal ouve na tarde desta sexta-feira (19) a esposa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Barbosa Cid, Gabriela Cid.
O nome de Gabriela é citado diversas vezes no inquérito que apura um suposto esquema para fraudar cartões de vacinação e incluir dados falsos sobre a imunização contra Covid. A intenção seria burlar as restrições sanitárias durante a pandemia e, com isso, conseguir liberação para entrar nos Estados Unidos.
O esquema teria fraudado os cartões do então presidente Jair Bolsonaro e da filha dele; de Mauro Cid, da esposa Gabriela e das três filhas, entre outros.
O próprio Mauro Cid, considerado um dos auxiliares mais próximos de Bolsonaro ao longo dos quatro anos na Presidência da República, foi à sede da Polícia Federal nesta quinta-feira (18). Mas ficou em silêncio, alegando não ter tido acesso à íntegra do inquérito.
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Cid foi preso em razão dessa investigação há 15 dias. De acordo com o inquérito, era ele quem controlava o app ConecteSUS do presidente, onde são listadas as vacinas recebidas por um paciente e outras informações de saúde.
Os dados foram inseridos no sistema em dezembro de 2022. Em seguida, a conta de Bolsonaro no aplicativo ConecteSUS, do ministério, emitiu o comprovante de vacinação. Depois, o registro falso da vacina foi apagado.
A polícia suspeita de que os dados falsos tenham sido inseridos para beneficiar Bolsonaro e a família no caso de o comprovante de vacina ser exigido no exterior.
Poucos dias depois da emissão do comprovante, o ex-presidente viajou para os Estados Unidos, onde ficou por três meses após o fim do mandato.
Entre aliados próximos do ex-presidente, o temor é de que Cid busque um acordo de delação premiada para contar o que sabe em troca do relaxamento de eventuais punições. Ele contratou um advogado famoso por fechar esse tipo de acordo.
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Depoimento de Bolsonaro
Bolsonaro, que foi alvo de busca e apreensão da PF nessa mesma investigação, prestou depoimento na terça-feira (16).
Bolsonaro disse que nunca determinou a inserção de dados falsos de que estivesse vacinado no ConecteSUS.
Ele ainda declarou que Mauro Cid gerenciava sua conta no ConecteSUS (veja aqui os principais pontos do depoimento).
Fonte G1 Brasília