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Ex-comandante da Marinha nega que desfile de blindados tenha sido para pressionar a Câmara: ‘Coincidência’

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O ex-comandante da Marinha brigadeiro Almir Garnier Santos negou à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira (10), que o desfile de blindados em 10 de agosto de 2021 tenha sido para pressionar a Câmara dos Deputados, no dia em que parlamentares decidiriam o destino da PEC do voto impresso. Segundo Garnier, tratou-se de uma coincidência.

“No dia que seria votada a emenda constitucional do voto impresso, no dia em que seria votado, houve uma novidade. O senhor foi à Marinha, foi entregar um convite ao presidente da República com três blindados […]. Foi coincidência?”, perguntou Moraes.

“Todos os anos na cidade de Formosa [Goiás] a Marinha realiza uma operação. Esse planejamento logístico leva meses de antecedências, porque esses blindados eles vem do Rio de Janeiro. […] Ao assumir o comando em abril, eu falei ‘olha vamos fazer uma visitação pública com esses veículos aqui na Esplanada. Todo mundo pode ver. Contudo, isso não foi programado para o dia da votação no Congresso”, afirmou Garnier.

“O que eu tenho impressão é de que essa votação seria feita em uma comissão especial. O presidente da Câmara decidiu levar ao plenário e marcou para a data em que já estava marcado todo esse deslocamento. A Câmara alternou isso com cinco dias de antecedência. Neste caso em particular, foi uma coincidência”, prosseguiu o ex-comandante.

Em 10 de agosto de 2021, o desfile de blindados militares provocou críticas e gerou constrangimento, tendo repercussão, inclusive, na imprensa internacional. O comboio saiu do Grupamento de Fuzileiros Navais rumo à Esplanada dos Ministérios. Percorreu 4,5 quilômetros. Às 8h25, o presidente Bolsonaro estava pronto, esperando no alto da rampa do Palácio do Planalto. Às 8h30, o comboio de veículos militares passou em frente à Praça dos Três Poderes: tanques, blindados, caminhões e jipes.

Em que fase está o julgamento?

Os depoimentos marcam a reta final da instrução processual ? fase em que são reunidas provas para embasar o julgamento. É nesse momento que os réus têm a chance de responder às acusações e apresentar suas versões dos fatos.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo integra o ?núcleo crucial? da organização criminosa que atuou para tentar romper a ordem democrática. Entre os réus está o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Concluída a fase de interrogatórios, o processo segue para uma etapa de diligências, caso sejam solicitadas por defesa ou acusação. Depois, será aberto o prazo de 15 dias para apresentação das alegações finais, antes de o caso ser levado a julgamento na Primeira Turma do STF.

Primeiro dia de depoimentos

O interrogatório começou com Mauro Cid, que fechou acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal. Ele confirmou a veracidade da denúncia da PGR e declarou: ?Presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles?.

Cid negou ter sido coagido e reafirmou o conteúdo de seus depoimentos anteriores. Segundo ele, Bolsonaro teve acesso e sugeriu mudanças à chamada ?minuta do golpe? ? documento com medidas autoritárias para reverter o resultado das eleições de 2022.

Ainda de acordo com o militar, Bolsonaro pediu a retirada do trecho que previa a prisão de autoridades, mas manteve o item que determinava a detenção do ministro Alexandre de Moraes. Cid também afirmou que o então presidente pressionou o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, por um relatório crítico às urnas eletrônicas.

Questionado por Moraes, Cid confirmou que Bolsonaro queria um texto ?duro? contra o sistema de votação.

O segundo a ser ouvido foi o deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin. Ele disse que o documento em que questiona o resultado das eleições era apenas um rascunho pessoal e não foi entregue a Bolsonaro. Também negou envolvimento na disseminação de desinformação e rechaçou ter usado a Abin para monitorar autoridades:

?Decerto que não fiz monitoramento de autoridades?, afirmou.

– Esta reportagem está em atualização

Fonte G1 Brasília

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