O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira, recorreu ao silêncio na CPI dos Atos Golpistas nesta terça-feira (29).
Em fala inicial, ele alegou que ficou “consternado” com os ataques de 8 de janeiro, e que “jamais” compactuou com os atos. Depois, no entanto, se recusou a responder às perguntas dos parlamentares.
Até as 10h20, Vieira não tinha respondido a nenhum questionamento. Perguntado, repetia que “permaneceria em silêncio”.
Veja abaixo algumas das perguntas feitas ao longo da sessão e não respondidas por Fábio Augusto Vieira:
Senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora
- Havia um “clima golpista” na Polícia Militar do DF, evidenciado pelo compartilhamento de áudios golpistas em grupos oficiais antes dos atos de 8 de janeiro?
- Como comandante, não tomou nenhuma atitude ao ver compartilhamento de material golpista em grupos da corporação?
- O comandante compartilhou mensagens golpistas após as eleições, sabendo que eram falsas, com a intenção de “acirrar os ânimos e provocar explicações”?
Direito ao silêncio e sem juramento
Diferentemente dos depoentes anteriores, Fabio Augusto Vieira não foi submetido ao juramento de dizer a verdade à comissão.
Isso porque, nesta segunda (28), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin autorizou o ex-comandante da PM-DF a ficar em silêncio e a não ser submetido ao compromisso de dizer a verdade.
Diante da decisão de Zanin, o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), colocou o tema em discussão no plenário e questionou se, na prática, o ex-comandante da PM estava autorizado a mentir ou não.
Diversos parlamentares, entre eles os senadores Esperidião Amin (PP-SC) e Marcos Rogério (PL-RO), se manifestaram afirmando entenderem que Fábio Vieira poderia ficar em silêncio para não se autoincriminar, mas que não poderia mentir no depoimento.
Fonte G1 Brasília