REDES SOCIAIS

31°C

Família de manifestante ferido presta queixa por tentativa de homicídio na França

Share on facebook
Share on twitter
Share on telegram
Share on whatsapp
Share on email

A família de um homem internado em estado crítico após ter sido ferido em confronto com a polícia durante uma manifestação não autorizada no sábado (25), em Deux-Sèvres, no centro-oeste da França, apresentou queixa à Justiça Francesa por tentativa de homicídio e obstrução de socorro, nesta quarta-feira (29). As autoridades defendem a ação das forças da ordem.

Os pais do manifestante de Toulouse, de 32 anos, vítima de traumatismo craniano, em Sainte-Soline, onde ocorreram violentos confrontos de manifestantes com a polícia, denunciaram à Justiça francesa a tentativa de homicídio e impedimento voluntário da chegada de socorro. Segundo os organizadores do protesto, o homem foi gravemente ferido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo.

A investigação dos fatos foi transferida na terça-feira (28) do Ministério Público de Niort para o de Rennes devido à sua competência militar. A promotoria de Niort indicou, na terça-feira (27), que as primeiras investigações “não permitiram determinar a origem do ferimento”.

A demora no atendimento do manifestante pelos serviços de emergência de Sainte-Soline foi denunciada desde sábado pelos organizadores e observadores da ONG francesa Liga dos Direitos Humanos (LDH), que afirmam que as autoridades impediram a intervenção do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu.

?O Samu indicou que não poderia intervir para resgatar um ferido em estado de emergência vital, pois o comando havia dado ordem para não fazê-lo, em conversa telefônica com a presença de três advogados da LDH?, escreveu a organização no domingo em seu site.

O conteúdo desta conversa gravada foi publicado na noite de terça-feira pelo jornal Le Monde.

?Não temos autorização para enviar socorro no local porque é considerado perigoso?, responde o Samu a um advogado da LDH, imputando a decisão ao ?comando no local?, segundo a transcrição.

Segurança no local

Desde o início da polêmica, as autoridades justificaram o atraso na intervenção dos serviços de emergência pela necessidade de os policiais garantirem a segurança no local.

Segundo o prefeito de Deux-Sèvres, “não surpreende que, se as condições de segurança não estavam reunidas, a polícia tenha, para determinadas geolocalizações e em determinados períodos de tempo, indicado que ‘um despacho de ambulância não era imediatamente possível'”.

A LDH afirma, no entanto, que a área onde se encontrava o ferido estava ?completamente calma durante várias dezenas de minutos? no momento da chamada, que teve início por volta das 14h50 (hora local) de sábado.

De acordo com um cronograma oficial da polícia, um “relativo retorno à calma” com “retirada do adversário” havia sido observado desde as 14h20 no entorno da bacia, ou 30 minutos antes da chamada. Os confrontos recomeçaram entre 15h23 e 15h27, de acordo com a polícia.

De 6.000 a 8.000 pessoas, segundo as autoridades, 30.000 de acordo com os organizadores, manifestaram-se no sábado em Deux-Sèvres.

Dissolução de movimento

Em dois relatórios apresentados ao Ministério do Interior na terça-feira, o prefeito do departamento e o chefe da polícia nacional justificaram a ação dos agentes diante de “uma onda de violência inédita” de 800 a 1.000 manifestantes “radicais”.

Segundo eles, a resposta foi direcionada e proporcionada, enquanto os organizadores culpam a polícia pela violência. A LDH denunciou o “uso excessivo” da força sobre todos os manifestantes, assim que se aproximaram da reserva de água.

De acordo com os dados oficiais, os confrontos duraram cerca de 1 hora e 20 minutos e foram disparadas 5.015 bombas de gás lacrimogêneo, ou cerca de uma por segundo. A polícia diz que também usou 89 granadas, 40 dispositivos deflagradores e 81 tiros de borracha.

O Ministro do Interior, Gérald Darmanin, iniciou a dissolução do movimento Soulèvements de la Terre (Revoltas da Terra), um dos organizadores da manifestação juntamente com o coletivo “Bassines non merci” (Represas, não obrigada) e o sindicato agrícola Confédération paysanne (Confederação agrícola). Esta última convocou uma manifestação em frente a todas as prefeituras da França na quinta-feira às 19h “em apoio aos feridos em Sainte-Soline e ao movimento previdenciário e pelo fim da violência policial”.

Fonte G1 Brasília

VÍDEOS EM DESTAQUE

ÚLTIMAS NOTÍCIAS