Cerca de 28 mil comissários de bordo da companhia aérea American Airlines serão remunerados pelas horas trabalhadas no embarque de aeronaves, informou a Associação de Comissários de Bordo Profissionais (AFPA) dos Estados Unidos na última quinta-feira (12).
O acordo entre empresa e sindicato colocou ponto final na ameaça de greve da categoria, que negociava há anos por melhores condições de trabalho. Em um comunicado, a AFPA informou que o novo contrato tem duração de cinco anos e adiciona US$ 4,2 bilhões de dólares (cerca de R$ 23,3 bilhões) ao acordo anterior.
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Considerado um emprego essencial à economia, comissários de bordo não têm seus salários regulamentados pela legislação trabalhista dos Estados Unidos. Isso significa que é comum profissionais da categoria sejam remunerados pelas horas trabalhadas a partir do momento em que as portas do avião são fechadas.
De acordo com Julie Hedrick, presidente da AFPA, o novo contrato torna os comissários de bordo da American Airlines o primeiro grupo sindicalizado a garantir pagamentos pelo trabalho feito no processo de embarque, que ocorre antes das portas da aeronave serem fechadas.
“Esse contrato é um marco significativo para os nossos comissários de bordo, garantindo aumento de salário de até 20,5%, junto a um significativo pagamento retroativo pelo tempo que estivemos em negociação”, declarou Hedrick em comunicado divulgado no site do sindicato.
Em maio deste ano, dezenas de congressistas americanos pressionaram a agência federal responsável pelas relações trabalhistas nos setores aéreo e ferroviário a ajudar cerca de 80 mil comissários de bordo em negociações contratuais com seus empregadores.
Em junho, funcionários da American Airlines ameaçaram greve em resposta à primeira proposta apresentada pela empresa. Um acordo inicial entre as partes foi acertado em julho, confirmado em setembro e entrará em vigor no início de outubro.
Ao contrário da American Airlines, a concorrente United Airlines corre risco de enfrentar uma greve de seus funcionários. Esta foi autorizada caso a empresa não aceite as demandas dos funcionários, entre as quais está a questão do pagamento pelo trabalho durante o embarque de passageiros.
Antes do acerto entre American Airlines e seus comissários, a companhia aérea Delta chegou a remunerar seus funcionários parcialmente pelo período de embarque: as horas trabalhadas a portas abertas valiam metade das realizadas após o fechamento.
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Fonte G1 Brasília