O governo federal afirmou nesta quinta-feira (23) que a estimativa do investimento federal em ações na região do litoral paulista atingido por fortes chuvas deve ultrapassar R$ 120 milhões.
O Palácio do Planalto levou em conta no cálculo iniciativas em curso e estimativas dos planos de trabalho dos municípios para reconstrução das áreas destruídas.
Dados mais atualizados da Defesa Civil nacional apontam que 3.545 pessoas estão desabrigadas ou desalojadas no litoral norte de São Paulo em razão das fortes chuvas deste fim de semana. A chuva foi a maior já registrada na história do país.
Até a publicação desta reportagem, 49 pessoas morreram na tragédia ? outras continuam desaparecidas.
“Temos já basicamente mensurado, da parte do governo federal, entre tudo o que já foi empregado até agora, em torno de R$ 60 milhões, aí envolvidas despesas com efetivo e operações de Exército, Marinha, Defesa Civil, repasses de Portos e Aeroportos e da Receita Federal, além das ações de vários outros ministérios?, afirmou o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, em um comunicado da Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
A pasta libera os recursos para os municípios conforme a apresentação dos planos de trabalho voltados por parte das prefeituras. Após a aprovação do plano, a Defesa Civil envia os recursos.
“A própria Defesa Civil, pelo que conhece do tamanho do desastre, mesmo ainda não tendo sido mensurado tudo, a partir do que irá receber de planos de ajuda humanitária, de planos de restabelecimento e de planos de reconstrução, a gente está se preparando para ir a R$ 50 milhões ou R$ 60 milhões para Defesa Civil?, completou Waldez Góes.
O ministro concedeu uma coletiva de imprensa nesta quinta a bordo do navio aeródromo Atlântico, que aportou na orla de São Sebastião (SP).
Maior embarcação da Marinha do Brasil, o navio conta com quase mil profissionais marinheiros, dos quais 150 vão poder ajudar nas buscas de pessoas em condição de isolamento e no atendimento em saúde.
Equipado com seis helicópteros, três embarcações de desembarque de viaturas e pessoal e lanchas de transporte de pessoal, o navio conta ainda:
- com um hospital de campanha para até 200 leitos;
- e especialistas em ortopedia, cirurgia geral, anestesia, clínica geral, farmácia, odontologia e auxiliares de laboratório.??
Alertas de chuvas fortes
Durante a visita, o ministro Waldez Góes disse que o alerta por rede social, imprensa e SMS não é o suficiente para avisar as pessoas sobre desastres naturais como o que devastou o Litoral Norte de SP.
?Só o esforço da Defesa Civil de dar alertas e o meios de comunicação, a gente percebe que não resolve. Uma das coisas que vamos intensificar com os governos estaduais, presidente Lula me pediu isso, discutir com municípios, essas áreas de risco, precisamos hierarquizar essas áreas e começar junto com os municípios instituir, estruturar esses sistemas de alertas local?, diz.
Na quarta-feira, o g1 revelou que o Centro de Monitoramento de Desastres (Cemaden) avisou o governo de SP e a prefeitura de São Sebastião dois dias antes da tragédia que matou 49 pessoas. O risco emitido pelo Cemaden era classificado como “muito alto”, o que significa a iminência de um desastre.
Em nota, a Defesa Civil Estadual disse que o risco foi divulgado na imprensa e redes sociais e por mensagens de SMS no celular das pessoas cadastradas em seu sistema em todo o Litoral Norte. As mensagens, porém, não dão dimensão do risco.
De acordo com o governo estadual, no Litoral Norte foram disparadas 34 mil mensagens para pessoas cadastradas na plataforma estadual. O número, no entanto, representa pouco mais de 10% da população, que é de 288 mil pessoas.
Fonte G1 Brasília