O Ministério da Economia informou nesta sexta-feira (29) que o bloqueio total do Orçamento neste ano chegou a R$ 14,84 bilhões. O valor é R$ 2,1 bilhões maior que o total informado na semana passada.
Dos R$ 14,84 bilhões bloqueados do Orçamento de 2022, R$ 8,08 bilhões atingem as chamadas emendas de relator e de comissão. As emendas de relator ficaram conhecidas como “orçamento secreto” devido à falta de transparência.
Os valores restantes foram bloqueados do orçamento disponibilizado aos ministérios para arcar com despesas de investimento e custeio da máquina pública. Esse é o chamado “orçamento discricionário”, ou seja, cujo cumprimento não é obrigatório.
Os ministérios mais afetados, em valores absolutos, foram Saúde e Educação. As pastas sofreram bloqueios de R$ 2,77 bilhões e R$ 1,68 bilhão no ano, respectivamente.
Somados, os bloqueios feitos nas emendas parlamentares e nos orçamentos discricionários da Saúde e da Educação correspondem a 84% do total contingenciado.
Veja, na tabela abaixo, os dados divulgados nesta sexta, pelo governo, que indicam o bloqueio orçamentário acumulado desde janeiro:
Bloqueio orçamentário em despesas não obrigatórias (em R$)
Órgãos Orçamentários | Dotação Atual | Bloqueio |
Presidência da República | 437,8 milhões | 51,4 milhões |
Ministério da Agricultura | 2,5 bilhões | 262,9 milhões |
Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações | 6,8 bilhões | 101,9 milhões |
Ministério da Educação | 20,6 bilhões | 1,7 bilhão |
Ministério da Justiça e Segurança Pública | 2,7 bilhões | 160,1 milhões |
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) | 42,7 milhões | 1,6 milhão |
Ministério de Minas e Energia | 931,5 milhões | 35,7 milhões |
Agência Nacional do Petróleo (ANP) | 160,7 milhões | 11,1 milhões |
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) | 147,4 milhões | 7,9 milhões |
Agência Nacional de Mineração (ANM) | 79,2 milhões | 6,7 milhões |
Ministério das Relações Exteriores | 2 bilhões | 168,8 milhões |
Ministério da Saúde | 17,1 bilhões | 2,7 bilhões |
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) | 195,6 milhões | 21 milhões |
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) | 110,7 milhões | 16,1 milhões |
Controladoria-Geral da União | 128,7 milhões | 8,1 milhões |
Ministério da Infraestrutura | 6,9 bilhões | 220 milhões |
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) | 340,7 milhões | 27 milhões |
Agência Nacional de Transportes Aquáticos (Antaq) | 42,6 milhões | 2,5 milhões |
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) | 129 milhões | 7,2 milhões |
Ministério das Comunicações | 1,3 bilhão | 131,1 milhões |
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) | 203,3 milhões | 22,6 milhões |
Ministério da Defesa | 11,2 bilhões | 347,3 milhões |
Ministério do Desenvolvimento Regional | 3,7 bilhões | 381,2 milhões |
Agência Nacional de Águas (ANA) | 209,9 milhões | 24,1 milhões |
Ministério do Turismo | 571,3 milhões | 42,1 milhões |
Agência Nacional do Cinema (Ancine) | 41,3 milhões | 4,3 milhões |
Ministério da Cidadania | 4,3 bilhões | 181,7 milhões |
Advocacia-Geral da União (AGU) | 501,6 milhões | 26,4 milhões |
Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos | 252,4 milhões | 20,5 milhões |
Banco Central do Brasil | 314,1 milhões | 43,6 milhões |
Outros Órgãos | 35,1 bilhões | – |
Emendas de bancada e relator (RP8 e RP9) | 17,2 bilhões | 8,1 bilhões |
Total | 136,2 bilhões | 14,8 bilhões |
R$ 2,1 bilhões adicionais
Os números divulgados nesta sexta incluem um bloqueio adicional de R$ 2,1 bilhões em relação aos valores informados pelo Ministério da Economia na última semana.
Segundo o governo, esse bloqueio está relacionado a “despesas discricionárias consideradas inadiáveis e relevantes”. A decisão foi tomada pela Junta de Execução Orçamentária, mas o ministério não informou a data da medida.
Ainda de acordo com o ministério, entram nesse grupo, por exemplo, créditos para o Ministério da Economia para pagar serviços, seguro rural e INSS.
A expectativa era que, nessa sexta, o Ministério da Economia detalhasse, em separado, o bloqueio adicional de R$ 6,74 bilhões que já tinha sido anunciado na última semana. Além de mudar a cifra total, o governo não divulgou os detalhes do bloqueio mais recente ? e nem explicou o motivo dessa decisão.
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Fonte G1 Brasília